Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2022
O juiz Tadeu Trancoso leu a sentença por volta das 3h30min deste sábado
Foto: Juliano Verardi/TJ-RSEm julgamento finalizado na madrugada deste sábado (20), em Porto Alegre, os jurados decidiram pela condenação de três dos quatro acusados do assassinato do empresário Marcelo Oliveira Dias, ocorrido no estacionamento de um supermercado na Zona Sul da Capital, em outubro de 2016.
A vítima, de 44 anos, foi morta por engano na frente da filha, que tinha 4 anos na época do crime. A menina também foi baleada, mas sobreviveu. O juiz Tadeu Trancoso proferiu a sentença por volta das 3h30min deste sábado, após quase 18 horas de julgamento.
Rafael Panosso de Albuquerque foi condenado a 50 anos, 9 meses e 17 dias de prisão por homicídio consumado, homicídio tentado, associação criminosa e receptação; Bruno Sanhudo Teixeira foi sentenciado a 47 anos, 9 meses e 1 dia de reclusão por homicídio consumado, homicídio tentado e associação criminosa; e Carlos Henrique dos Santos Duarte recebeu a pena de 31 anos, 8 meses e 14 dias por homicídio consumado, homicídio tentado, associação criminosa e receptação. Já Geovani Bueno Antunes foi absolvido.
Os quatro responderam ao processo presos preventivamente. Eles foram denunciados por homicídio e tentativa de homicídio – ambos triplamente qualificados –, organização criminosa, receptação e adulteração de veículo automotor – por usarem um carro roubado com placa adulterada – e corrupção de menores, pela presença de uma adolescente no bando. Porém, nenhum dos réus foi condenado por este último crime.
Um quinto acusado, Fábio Fogassa, ainda será julgado pelos mesmos crimes. A menor envolvida no caso foi responsabilizada e cumpre medida socioeducativa de internação sem possibilidade de atividade externa.
O júri
A sessão iniciou na manhã de sexta-feira no prédio I do Foro Central de Porto Alegre. Sem a participação de testemunhas, apenas os réus foram ouvidos. Bruno Sanhudo Teixeira foi o primeiro a falar. O homem é acusado de ter sido o mandante do crime, mesmo estando preso, o que ele negou. Na sequência, o réu Carlos Henrique dos Santos Duarte admitiu que atirou na porta traseira do carro do empresário.
Em seguida, houve o interrogatório de Geovani Bueno Antunes. Ele disse que não teve participação no assassinato e que nem chegou a estar no local naquele dia.
O último a falar foi Rafael Panosso de Albuquerque. Ele confessou ter atirado por engano no empresário após ter sido induzido ao erro por uma adolescente a quem ele pediu ajuda para identificar o homem que seria alvo dos tiros. “O objetivo era o Dimas, que tentou me matar uma vez. Eu não conhecia ele, mas a C. conhecia. Então, ela ia indicar quem era o Dimas para mim, mas ela mentiu pra mim”, afirmou o criminoso. Ele disse que os réus Bruno e Geovani não tiveram envolvimento na emboscada que resultou na morte do empresário.
Réu confesso, Rafael sustentou que a menor de idade C. teria confirmado de propósito que o motorista era o desafeto a quem ele tinha intenção de matar. De acordo com o depoimento, os bandidos não viram a criança dentro do carro do empresário. “Quero ser condenado e quero pedir perdão para a família dele, de coração”, afirmou o bandido.