Sábado, 16 de novembro de 2024

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Colunistas Três histórias sobre a condição humana

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Os sinais de Deus

Isabelita me conta a seguinte lenda:

Um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor, todas as noites, que o rico chefe de grande caravana resolveu chamá-lo:

– Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

– Sei ler, sim senhor. Leio tudo que o Grande Pai Celeste escreve.

– Como assim?

O servo humilde explicou-se:

– Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

– Pela letra.

– Quando o senhor recebe uma joia, como sabe quem a fez?

– Pela marca do ourives.

– Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe se foi um carneiro, um cavalo um boi?

– Pelos rastros – respondeu o chefe, surpreendido com aquele questionário.

O velho crente convidou-o para fora da barraca e mostrou-lhe o céu.

– Senhor, aquelas coisas escritas lá em cima, este deserto aqui em baixo, nada disso pode ter sido desenhado ou escrito pelas mãos dos homens.

O que é divertido no homem

Um discípulo perguntou a Hejasi:

– Quero saber o que é mais divertido nos seres humanos.

Hejasi comentou:

– Pensam sempre ao contrário: têm pressa de crescer, e depois suspiram pela infância perdida. Perdem a saúde para ter dinheiro, e logo em seguida perdem o dinheiro para ter saúde.

“Pensam tão ansiosamente no futuro que descuidam do presente, e assim, nem vivem o presente nem o futuro.”

“Vivem como se não fossem morrer nunca, e morrem como se não tivessem jamais vivido.”

Quem ainda deseja esta nota?

Cassan Said Amer conta a história de um palestrante que começou um seminário segurando uma nota de 20 dólares e perguntando:

– Quem deseja essa nota de 20 dólares?

Várias mãos se levantaram, mas o palestrante pediu:

– Antes de entregá-la, preciso fazer algo.

Amassou-a com toda fúria, e insistiu:

– Quem ainda quer esta nota?

As mãos continuaram levantadas.

– E se eu fizer isso?

Atirou-a contra a parede, deixou-a cair no chão, ofendeu-a, pisoteou-a, e mais uma vez mostrou a nota – agora imunda e amassada. Repetiu a pergunta, e as mãos continuaram levantadas.

– Vocês não podem jamais esquecer esta cena – comentou o palestrante. – Não importa o que eu faça com este dinheiro, ele continua sendo uma nota de 20 dólares. Muitas vezes em nossas vidas somos amassados, pisados, maltratados, ofendidos; entretanto, apesar disso, ainda valemos a mesma coisa.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/tres-historias-sobre-a-condicao-humana/ Três histórias sobre a condição humana 2017-09-24
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