Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de setembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Os sinais de Deus
Isabelita me conta a seguinte lenda:
Um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor, todas as noites, que o rico chefe de grande caravana resolveu chamá-lo:
– Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?
– Sei ler, sim senhor. Leio tudo que o Grande Pai Celeste escreve.
– Como assim?
O servo humilde explicou-se:
– Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?
– Pela letra.
– Quando o senhor recebe uma joia, como sabe quem a fez?
– Pela marca do ourives.
– Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe se foi um carneiro, um cavalo um boi?
– Pelos rastros – respondeu o chefe, surpreendido com aquele questionário.
O velho crente convidou-o para fora da barraca e mostrou-lhe o céu.
– Senhor, aquelas coisas escritas lá em cima, este deserto aqui em baixo, nada disso pode ter sido desenhado ou escrito pelas mãos dos homens.
O que é divertido no homem
Um discípulo perguntou a Hejasi:
– Quero saber o que é mais divertido nos seres humanos.
Hejasi comentou:
– Pensam sempre ao contrário: têm pressa de crescer, e depois suspiram pela infância perdida. Perdem a saúde para ter dinheiro, e logo em seguida perdem o dinheiro para ter saúde.
“Pensam tão ansiosamente no futuro que descuidam do presente, e assim, nem vivem o presente nem o futuro.”
“Vivem como se não fossem morrer nunca, e morrem como se não tivessem jamais vivido.”
Quem ainda deseja esta nota?
Cassan Said Amer conta a história de um palestrante que começou um seminário segurando uma nota de 20 dólares e perguntando:
– Quem deseja essa nota de 20 dólares?
Várias mãos se levantaram, mas o palestrante pediu:
– Antes de entregá-la, preciso fazer algo.
Amassou-a com toda fúria, e insistiu:
– Quem ainda quer esta nota?
As mãos continuaram levantadas.
– E se eu fizer isso?
Atirou-a contra a parede, deixou-a cair no chão, ofendeu-a, pisoteou-a, e mais uma vez mostrou a nota – agora imunda e amassada. Repetiu a pergunta, e as mãos continuaram levantadas.
– Vocês não podem jamais esquecer esta cena – comentou o palestrante. – Não importa o que eu faça com este dinheiro, ele continua sendo uma nota de 20 dólares. Muitas vezes em nossas vidas somos amassados, pisados, maltratados, ofendidos; entretanto, apesar disso, ainda valemos a mesma coisa.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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