Segunda-feira, 10 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2023
Kaylea, de 16 anos, foi encontrada em um estado considerado pelas autoridades britânicas como "indignas para um animal"
Foto: ReproduçãoUm tribunal de apelações do Reino Unido decidiu aumentar as sentenças dos pais de Kaylea Titford, uma adolescente obesa que faleceu em condições deploráveis. Kaylea, de 16 anos, foi encontrada em sua casa na cidade de Newton, País de Gales, em outubro de 2020, em um estado considerado pelas autoridades britânicas como “indignas para um animal”. Kaylea estava com roupas e lençóis sujos.
Conforme a investigação, Kaylea vivia em lençóis sujos, espalhada em esteiras de cachorro, em um quarto imundo e bagunçado, com frascos de urina. Segundo a denúncia, a jovem não recebia acompanhamento médico ou físico desde 2017 e permaneceu imóvel na cama durante a pandemia de covid-19.
Ela não retornou à escola mesmo após a suspensão das restrições, pois sua condição a impedia de utilizar a cadeira de rodas.
A jovem tinha espinha bífida (malformação congênita na coluna) que a deixava com pouca sensação da cintura para baixo, limitando sua mobilidade.
A advogada da promotoria, Caroline Rees, disse ao júri que Kaylea usava cadeira de rodas desde pequena.
A jovem pesava 146 kg à época e sua morte foi causada por inflamação e infecção decorrentes de uma úlcera resultante de sua obesidade e falta de mobilidade.
No início do mês de março deste, seu pai, Alun Titford, de 45 anos, que negou as acusações, foi condenado a sete anos e meio de prisão. Já sua mãe, Sarah Lloyd-Jones, de 40 anos, que se declarou culpada, recebeu uma sentença de seis anos.
Entretanto, após um recurso apresentado pelo Ministério Público, as penas foram aumentadas para 10 anos para o pai e oito anos para a mãe.
O juiz Andrew Popplewell, um dos três magistrados responsáveis pelo julgamento dos pais de Kaylea, descreveu as circunstâncias da morte como “extremas” e afirmou que a jovem viveu em condições de miséria inimaginável.
A acusação argumentou que as sentenças originais foram “indevidamente brandas” e não refletiam adequadamente “a culpa, a gravidade do crime e as circunstâncias agravantes”.
Os serviços de emergência que foram chamados à casa da adolescente no dia 10 de outubro de 2020 para constatar sua morte relataram um forte odor de decomposição no quarto.
Durante o primeiro julgamento, foram encontrados vermes no local, e especialistas acreditam que eles tenham se alimentado do corpo da vítima.