O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, afirmou neste domingo (29) que não houve ataque virtual bem-sucedido aos sistemas da Corte. Segundo o ministro, as barreiras de segurança eletrônica foram reforçadas para o segundo turno das eleições municipais.
No primeiro turno, em 15 de novembro, o TSE foi alvo de um ataque denominado “negação de serviço”, com milhares de tentativas de acesso simultâneas na manhã daquele dia. A ação tentou derrubar o sistema do tribunal. Hackers também divulgaram na internet dados pessoais de servidores antigos e atuais da Corte.
“No primeiro turno, foi identificado um vazamento e essa tentativa de derrubar o sistema. Neste momento, o que posso dizer é que não houve nenhum ataque bem-sucedido. ‘Se não houve ataques?’ Eu indaguei, mas ainda não tenho condições de responder de maneira peremptória”, disse Barroso.
Segundo o ministro, o tribunal aumentou as barreiras para evitar ataques virtuais no segundo turno. “Mas os ataques são um problema porque vão se tornado mais sofisticados, poderosos”, disse.
O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Rolando Alexandre de Souza, afirmou que a instituição monitorou a indicação de ataques ao sistema do TSE no segundo turno. “Havia uma promessa de novo ataque que acabou não ocorrendo. Talvez em razão da operação que mostrou que eles não estão tão cobertos assim”, afirmou.
No sábado (28), a polícia portuguesa prendeu um hacker apontado como líder do ataque que publicou na internet as informações dos servidores do TSE.
Hackers
O hacker preso no sábado é um cidadão português de 19 anos, segundo comunicado da polícia portuguesa. Ele usa o codinome Zambrius e comandaria um grupo intitulado Cyberteam. O diretor-geral da PF afirmou que a investigação das invasões aos sistemas do TSE no primeiro turno está em andamento.
A prisão do hacker foi feita em uma operação conjunta entre a Polícia Federal e a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica da Polícia Judiciária Portuguesa.
“O que temos hoje? Uma investigação do ataque do hacker Zambrius. Esse foi o foco. E a investigação dependeu muito da cooperação da área de informática do TSE, da polícia portuguesa. Agora estamos aprofundando a investigação com o material que foi aprendido. Mas a investigação é focada no Zambrius. Nada mais”, disse o diretor da PF neste domingo.
De acordo com a PF, em São Paulo e Minas Gerais, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares de proibição de contato entre investigados. Em Portugal, além do mandado de prisão, foi cumprido um mandado de busca e apreensão.
O inquérito instaurado pela Polícia Federal apura os crimes de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa. De acordo com as investigações, um grupo de hackers brasileiros e portugueses foi o autor do ataque ao sistema do TSE.