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Triste pelos argentinos

Nossa vizinha Argentina acabou de passar por eleição presidencial agora no fim de outubro, na qual o candidato de esquerda Alberto Fernández, apoiado pela ex-presidente Cristina Kirchner, venceu a disputa contra o atual presidente, Mauricio Macri. (Foto: Reprodução/Twitter)

Nossa vizinha Argentina acabou de passar por eleição presidencial agora no fim de outubro, na qual o candidato de esquerda Alberto Fernández, apoiado pela ex-presidente Cristina Kirchner, venceu a disputa contra o atual presidente, Mauricio Macri.

Macri perdeu a eleição justamente por não fazer o que havia proposto antes de se eleger. Prometeu recuperar a economia com políticas liberais, porém, o que se viu foi exatamente o contrário: se rendeu à mesma agenda populista e falhou tentando os mesmos fracassados remédios: controle cambial, congelamento de preços e aumento de impostos. Há quem diga que o liberalismo falhou no país vizinho – infelizmente, ele nem teve chance.

Já Fernández vai trazer para a Argentina, pelo que tudo indica, a volta do kirchnerismo. Esse nada mais é que um regime socialista que levou o país a esta crise atual. Outro ponto: um dos primeiros atos do eleito presidente foi gritar “Lula livre”; só nisso já se vê o triste caminho que os argentinos escolheram.

Por mais que Brasil e Argentina tenham rivalidades no futebol, na área de negócios nossos vizinhos são um importante parceiro comercial. Independentemente de eleições e regimes políticos de qualquer um dos países, uma coisa não tem como mudar: Brasil e Argentina vão ser sempre vizinhos e estão condenados a se entender de alguma forma. Na área de relações internacionais, há uma frase antiga que diz “Geografia é destino” – e é parte do destino e interesse que os dois países se entendam da melhor forma possível.

Quando se trata de comércio, a rivalidade é ruim para ambas as partes, pois todos saem perdendo. Os países não podem colocar a perder tudo que foi construído buscando aumentar os negócios para ambos, como os tratados de livre comércio entre eles e entre a União Europeia e o Mercosul, que, após longos anos, finalmente está saindo do papel e representa um ganho extraordinário para a América do Sul.

O governo brasileiro, independentemente de gostar ou não das eleições no país vizinho, precisa se esforçar para o que foi construído até agora não se perca em vão. E, para a Argentina, basta apenas torcer para que não virem uma nova Venezuela.

Richard Sacks, empreendedor e associado do IEE

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