Terça-feira, 15 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de abril de 2025
Sair de um ambiente minimamente estável, que é o contrato CLT, para começar a empreender é um passo complexo, porque as dinâmicas são completamente diferentes e, além da questão financeira, existe também o tópico da cultura empreendedora: a pessoa vai ter a disciplina necessária para se dedicar ao negócio, por exemplo?
Empreender tem riscos, não importam modalidade, local ou setor. Quanto mais planejamento e organização, maior a chance de dar certo. Mas, mesmo assim, não há garantia. A pessoa pode se preparar muito antes de começar, mas alguma situação completamente imponderável – como foi a pandemia – pode jogar tudo por água abaixo.
Por tudo isso, pedir demissão para empreender é arriscado. “Tomar a decisão de sair do emprego para empreender é um passo importante e arriscado. Antes de tomar essa decisão, é essencial se questionar para evitar arrependimentos”, ressalta o vice-presidente da vertical de Consultoria do Ecossistema 300 Franchising, Lucien Newton.
Antes de qualquer decisão, é necessário saber que esse passo não está sendo dado de maneira impulsiva. Um empreendimento tem um tempo de maturação para se tornar conhecido, fazer parte da rotina dos clientes e, muito depois disso, vem o ponto de equilíbrio – quando consegue andar com as próprias pernas.
Ou seja, a renda não vai vir desse negócio por um bom tempo. Se a dependência da renda da CLT é parte relevante do montante mensal da casa, é impossível largar esse emprego acreditando que nos primeiros meses o empreendimento já vai gerar resultado.
O excesso de otimismo no início de um negócio pode ser um problema relevante.
Esse processo de ponto de equilíbrio pode demorar anos, especialmente em casos de loja física, em que há um gasto considerável com aluguel. Portanto, inicialmente o dinheiro vai precisar entrar no negócio como capital de giro, e não sair como renda do empreendedor. “É essencial se preparar, estudar o mercado e ter clareza sobre os desafios. Com planejamento e estratégia, a transição pode ser mais segura e assertiva”, ressalta Newton.
O que avaliar
•Planejamento – Existe um planejamento financeiro que sustente os primeiros meses? Empreender leva tempo para gerar retorno. Uma reserva financeira é essencial para evitar dificuldades, especialmente para a subsistência durante os primeiros meses ou mesmo anos iniciais do negócio
•Motivação – O que o motiva a empreender? É importante ter clareza sobre os motivos para essa decisão, se é um sonho com bases sólidas na realidade ou apenas uma fuga do mercado de trabalho tradicional
•Conhecimento – Tem conhecimento e preparo suficientes sobre o setor que escolheu? Investir em um segmento sem estudo e experiência aumenta as chances de erro
•Incertezas e riscos – Está disposto a enfrentar incertezas e riscos? Empreender não garante segurança financeira imediata. Avaliar a própria tolerância ao risco é essencial
•Plano B – Existe um plano B? Caso a tentativa não dê certo, há algum projeto alternativo? Nenhum empreendimento tem garantia de sucesso, por isso é prudente ter um plano com que contar em caso de necessidade