Expulsão de imigrantes, taxação de países estrangeiros e combate a uma suposta “censura” por parte do governo. Essas foram algumas das primeiras medidas anunciadas por Donald Trump em seu discurso de posse como 47º presidente norte-americano, nessa segunda-feira (20). Em seu juramento, ele usou uma Bíblia pessoal e o exemplar utilizado por Abraham Lincoln na cerimônia de 1861.
Imigração
O novo presidente americano disse que vai declarar “emergência nacional em nossa fronteira ao sul”, em referência ao México. “Toda entrada ilegal será imediatamente barrada, e começaremos o processo de retorno de milhões e milhões de estrangeiros criminosos aos lugares de onde vieram”, anunciou. Ele disse ainda que pretende enviar tropas à região e que os cartéis serão considerados organizações terroristas. Nesse ponto, invocou a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798.
Energia e carros
Atribuindo a “crise inflacionária” nos Estados Unidos a gastos que ele considerou “excessivos” e ao aumento nos preços de energia, o presidente declarou “emergência energética nacional”. Na sequência, criticou o que chamou de “New Deal verde” e anunciou revogação da “norma do veículo elétrico”. “Em outras palavras, você poderá comprar o carro de sua escolha.”
Taxação de produtos estrangeiros
Trump afirmou que deve “tarifar e taxar países estrangeiros para enriquecer” os cidadãos americanos. Segundo ele, a ideia é ter “enormes quantias de dinheiro entrando em nosso tesouro vindas de fontes estrangeiras”. Nesse trecho do discurso, mencionou a criação do chamado Departamento de Eficiência Governamental, que será chefiado pelo bilionário Elon Musk.
Censura e liberdade de expressão
O presidente citou que os Estados Unidos viveram “anos e anos de esforços federais ilegais e inconstitucionais para restringir a liberdade de expressão”. Diante disso, assinará uma “ordem executiva para interromper imediatamente toda a censura governamental e trazer de volta a liberdade de expressão aos Estados Unidos”. Falou ainda que nunca mais usará “o imenso poder do Estado como arma para perseguir oponentes políticos” e mencionou uma “Justiça justa, igualitária e imparcial sob o Estado constitucional de Direito”.
Política de raça e gênero
Trump anunciou que encerrará o que chamou de “política governamental de tentar fazer engenharia social de raça e gênero em todos os aspectos da vida pública e privada”. “Nós forjaremos uma sociedade que é daltônica e baseada no mérito”, indicou. “A partir de hoje, a política oficial do governo dos Estados Unidos passa a ser que há somente dois gêneros: masculino e feminino.” Leia mais.
Militares e vacina contra a Covid
Logo após falar que quer reintegrar funcionários públicos e membros das Forças Armadas expulsos por não terem tomado vacina contra a Covid, Trump declarou que seu governo quer “medir nosso sucesso não apenas pelas batalhas que vencermos, mas também pelas guerras que terminarmos e, talvez o mais importante, pelas guerras nas quais nunca entraremos”. “O meu legado de maior orgulho será o de um pacificador e unificador.”
Golfo do México e Canal do Panamá
Trump voltou a dizer que pretende mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América (termo que, neste caso, refere-se apenas aos Estados Unidos). Falou também que quer tomar o Canal do Panamá, onde, segundo ele, “navios americanos estão sendo severamente sobrecarregados e não [estão sendo] tratados de forma justa”. “E, acima de tudo, a China está operando o Canal do Panamá. E não o demos à China. Demos ao Panamá e estamos tomando de volta.”