Por Redação O Sul | 2 de março de 2025
O presidente Donald Trump assinou neste sábado, 1.º, uma ordem executiva determinando o inglês como a língua oficial dos Estados Unidos. A medida permite que agências governamentais e organizações que recebem financiamento federal escolham se continuarão oferecendo documentos e serviços em outras línguas além do, agora, idioma oficial.
A ordem revoga um decreto do ex-presidente Bill Clinton, que exigia que o governo e entidades financiadas pelo estado fornecessem assistência linguística para pessoas que não falam inglês.
“Estabelecer o inglês como língua oficial não só agilizará a comunicação, como também reforçará valores nacionais compartilhados e criará uma sociedade mais coesa e eficiente”, afirma o texto.
O documento também destaca que incentivar novos imigrantes a aprender e adotar o inglês como língua ajudará a transformar os Estados Unidos em um lar compartilhado e permitirá que novos cidadãos alcancem o sonho americano.
“Falar inglês não só abre portas economicamente, mas ajuda os recém-chegados a se envolverem com suas comunidades, participarem de tradições nacionais e contribuírem para a nossa sociedade”, acrescenta a ordem.
Durante décadas, legisladores no Congresso tentaram aprovar leis para oficializar o inglês, mas as tentativas não tiveram sucesso.
Horas após a posse de Trump, em janeiro, o novo governo retirou a versão em espanhol do site oficial da Casa Branca, gerando confusão e frustração entre grupos hispânicos e defensores dos direitos civis.
Na época, o governo afirmou estar comprometido em restaurar o site em espanhol, o que não ocorreu. Trump já havia encerrado a versão em espanhol do site durante seu primeiro mandato, que foi restaurada em 2021 pelo presidente Joe Biden.
Tradição histórica
Apesar de o inglês ser a língua mais falada nos Estados Unidos, o país não tem um idioma oficial estabelecido por sua Constituição por conta de sua tradição em receber imigrantes e o modelo de integração deles. Os EUA historicamente adotam um modelo multicultural de integração, que se baseia na mistura de culturas e idiomas distintos.
Vários estados — que nos EUA têm autonomia para legislar sobre questões de idioma — já adotavam o inglês como língua oficial, mas esta será a primeira vez na história do país que a língua também será oficial de forma nacional.
A ordem executiva assinada por Trump também proíbe que qualquer tipo de comunicação e atendimento em órgãos federais seja feito em outro idioma que não o inglês.
Atualmente, qualquer órgão público dos EUA é obrigado a oferecer atendimento em outros idiomas a pessoas que não falam inglês, uma medida que foi estabelecida também através de uma ordem executiva do ex-presidente do país Bill Clinton.
O texto novo decreto de Trump, segundo o Wall Street Journal, afirma que a intenção ao tornar o inglês o idioma oficial é “promover a unidade e eficiência no governo e fornecer um caminho para o engajamento cívico”.
Os Estados Unidos têm diversas comunidades numerosas de imigrantes que se comunicam em idiomas como espanho, chinês e árabe, de acordo com o próprio governo norte-americano. Atualmente, os latino-americanos nos Estados Unidos constituem 19% da população total dos EUA e são o segundo maior grupo étnico, ainda de acordo com dados do governo.
