Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2025
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro para a sua cerimônia de posse no próximo dia 20, em Washington. O convite foi feito por e-mail e enviado pelo diretor-executivo do comitê de posse, Richard Walters. Na mensagem, Bolsonaro é chamado de presidente pelo auxiliar de Trump.
“Em nome do presidente-eleito Trump, gostaria de convidar o presidente Bolsonaro para a cerimônia de posse do presidente-eleito Trump e do vice-presidente eleito Vance”, diz o convite enviado por meio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na mensagem, o chefe do cerimonial pede ao deputado que informe se o ex-presidente poderá ir para que ele possa seguir com os preparativos.
Bolsonaro está com o passaporte apreendido desde fevereiro do ano passado por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, portanto não pode viajar ao exterior. A determinação foi dada a pedido da Polícia Federal, no bojo da operação Tempus Veritatis, que fez parte do inquérito sobre a trama golpista.
Ao longo de 2024, seus advogados já apresentaram recursos ao Supremo para obter o documento de volta, mas as duas tentativas foram frustradas pelo STF.
O convite de Trump deve levar a um novo pedido a Moraes, que dificilmente será aceito.
Na primeira tentativa de Bolsonaro, o pedido foi negado por unanimidade pela Primeira Turma do STF, colegiado que reúne os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux.
A defesa de Bolsonaro recorreu, e em 22 de outubro, Moraes negou um novo pedido para revogar a decisão. “Não há qualquer alteração do quadro fático que tornou necessária a entrega do passaporte do acusado, de modo que incabível, neste momento processual, a restituição do documento”, escreveu o ministro.
Antigos aliados
Jair Bolsonaro e Donald Trump são aliados e foram presidentes contemporâneos entre 2019, quando o brasileiro assumiu o poder, e 2021, quando o americano deixou a Casa Branca após a derrota para o democrata Joe Biden. Bolsonaro foi o último líder estrangeiro democrático a reconhecer a vitória de Biden diante das acusações infundadas de fraude eleitoral por parte de Trump.
Na eleição presidencial de 2022, o ex-presidente dos EUA gravou um vídeo pedindo voto pela reeleição do aliado do Brasil, que ficou conhecido nos EUA como o “Trump tropical”. Em novembro passado, Eduardo Bolsonaro acompanhou a apuração da eleição presidencial americana na seleta festa do candidato republicano, que acabaria vencendo a atual vice-presidente, Kamala Harris, na Flórida.