Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de janeiro de 2025
Após tomar posse, na segunda-feira (20), o presidente norte-americano Donald Trump cumpriu uma de suas promessas mais polêmicas. Ele rubricou um decreto por meio do qual estão anistiados a maioria dos envolvidos em crimes relacionados à invasão do Capitólio – a sede do Congresso Nacional dos Estados Unidos. Na lista estão inclusive condenados que cumpriam pena por participação no incidente.
Cerca de 1.500 baderneiros foram contemplados, de acordo com informações do jornal “The New York Times”. Os primeiros começaram a ser libertados já nessa terça-feira (21). Trump repetiu ao longo de toda a sua campanha presidencial que perdoaria os insurgentes.
Em 6 de janeiro de 2021, a multidão irrompeu na sede do Legislativo americano para impedir a certificação da vitória de Joe Biden. Estava insuflada por meses de declarações do republicano, segundo o qual as eleições haviam sido fraudadas —até hoje não há nenhuma evidência disso.
A última vez em que Trump havia feito uma declaração nesse sentido foi na véspera da posse, em um comício na One Capital Arena — mesmo local de onde milhares de pessoas acompanharam a transmissão de seu juramento depois que a cerimônia de investidura, prevista para acontecer ao ar-livre, foi transferida para o interior do Capitólio devido ao frio intenso.
“Vocês vão ficar muito felizes com a minha decisão sobre os reféns [como ele se refere aos invasores] do ‘J6’ [sigla para o 6 de Janeiro]”, disse o republicano durante evento pré-posse, no domingo (19).
Cerca de 1.500 pessoas foram acusadas de cometer crimes durante a invasão do Capitólio, incluindo invasão de propriedade, agressão a policiais e conspiração sediciosa. Ao menos 600 delas foram condenadas.
O decreto desta segunda corrobora o que pessoas com conhecimento sobre o tema tinham afirmado à ABC News mais cedo. Segundo elas, Trump planejava anular as condenações dos que não tinham cometido violência durante a invasão e atenuar as sentenças dos que foram julgados culpados por agredir policiais. A última medida, especificamente, poderia fazer com que alguns dos invasores hoje presos fossem libertados.
Outras medidas
Além do perdão, Trump assinou uma série de ordens executivas assim que assumisse. Algumas delas foram citadas em seu discurso de posse.
Ele afirmou por exemplo, que declararia emergência nacional na fronteira com o México para combater a imigração ilegal; classificaria os cartéis de drogas do país vizinho de organizações terroristas internacionais; revogaria as medidas relacionadas ao estímulo à energia limpa implementadas por Biden; imporia tarifas a importações; restauraria o que chamou de eficácia governamental; e acabaria com a censura, referindo-se à desregulação das big techs.
Por fim, em um avanço contra a parte da esquerda que defende políticas identitárias, disse que só reconheceria só duas categorias de gênero, masculino e feminino.
Trump não foi o único a emitir perdões na segunda-feira. Faltando menos de 20 minutos para o fim de seu mandato, o então ainda presidente Joe Biden concedeu indultos a uma série de indivíduos, incluindo funcionários públicos e familiares seus, que segundo ele poderiam ser alvo de retaliação de seu sucessor. (Com informações do jornal Folha de S.Paulo)