O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta quarta-feira (22) para suspender a entrada física de imigrantes ilegais pela fronteira sul dos EUA com o México.
“O Presidente Trump está autorizando e instruindo o Departamento de Segurança Interna, o Departamento de Justiça e o Departamento de Estado a tomar todas as medidas necessárias para repelir, repatriar e remover imediatamente estrangeiros ilegais através da fronteira sul dos Estados Unidos”, declarou a Casa Branca em comunicado.
Trump, por meio da medida, cumpre uma promessa eleitoral que fez em 2024 de “fechar a fronteira no primeiro dia” que assumisse o cargo, acrescenta a declaração.
O comunicado da Casa Branca ainda afirma que “o presidente tem autoridade, sob a Lei de Imigração e Nacionalidade, bem como autoridade inerente, sob o Artigo II da Constituição, para impedir a entrada física de estrangeiros ilegais nos Estados Unidos através da fronteira sul”.
Na segunda-feira (20), logo após tomar posse, Trump declarou emergência na fronteira com o México. Isso facilita a liberação de recursos federais para a região. Um dos objetivos do presidente é retomar a construção de um muro entre os dois países.
Trump também disse que vai enviar tropas para reforçar a segurança na fronteira. Uma ordem executiva assinada pelo presidente também ampliou os poderes dos agentes de fiscalização para que qualquer suspeito seja preso.
O governo também revogou medidas adotadas durante a gestão de Joe Biden e passou a autorizar a prisão de imigrantes em áreas consideradas protegidas, como escolas, hospitais e igrejas.
Refugiados
Em nova medida contra a imigração, o governo Trump cancelou as chegadas de refugiados que já tinham sido autorizados a entrar nos Estados Unidos pela gestão Biden, informou a agência de notícias Associated Press nesta quarta-feira (22).
O cancelamento das chegadas desses refugiados, que tiveram status concedido pelo governo dos EUA após extenso e rigoroso processo, foi determinada em uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump na segunda. A medida também suspendeu, sem data para retomada, o Programa de Admissão de Refugiados, agência governamental responsável pelo processamento de pedidos de refúgio.
A ordem estava prevista para entrar em vigor na próxima segunda-feira (27), e deixou em aberto a possibilidade de que ainda seria possível entrar nos EUA quem já havia passado pelo longo processo de aprovação como refugiado e tinha passagem comprada para chegar antes dessa data.
No entanto, o Programa de Admissão de Refugiados informou a seus funcionários que “a chegada de refugiados aos Estados Unidos foi suspensa até novo aviso”, segundo um e-mail revisado pela AP nesta quarta-feira.
Com isso, milhares de pessoas em várias partes do mundo que tiveram a permissão para ir aos EUA na condição de refugiados e estavam com a viagem confirmada perderam esse direito. Refugiados são pessoas que fogem de seus países para escapar de conflitos, violência ou perseguição para buscarem segurança em outro país.
Entre os afetados estão mais de 1.600 afegãos que haviam sido aprovados para irem aos EUA como refugiados como parte de um programa criado pelo governo Biden após a retirada das tropas americanas do Afeganistão, em 2021. Esse número inclui familiares de militares da ativa do Exército dos EUA e pessoas que contribuíram com o trabalho de soldados norte-americanos durante a guerra.