Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que acredita que pode chegar a um acordo comercial com a China. Após a declaração, os mercados financeiros reagiram imediatamente nessa sexta-feira (24) e o dólar caiu para o seu nível mais baixo em um mês na comparação com uma cesta de moedas de outros países.
Trump disse que sua conversa com o presidente da China, Xi Jinping, na semana passada, foi amigável e que ele acredita que pode chegar a um acordo comercial com o gigante asiático.
Os líderes das duas maiores economias do mundo discutiram questões como TikTok, comércio e Taiwan em um telefonema antes de Trump tomar posse na segunda-feira.
O dólar comercial encerrou essa sexta-feira em queda de 0,13%, aos R$ 5,91, acompanhando a desvalorização global da moeda. Na semana, a divisa recuou 2,43%.
A divisa norte-americana recuou após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer em entrevista na quinta-feira que preferia não ter que impor tarifas sobre a China, apesar de afirmar que as taxas lhe dão um “enorme poder” sobre o país asiático.
O republicano declarou ainda que acredita ser possível firmar um acordo comercial com a China. Em resposta às declarações de Trump, Mao Ning — porta-voz do ministério do exterior chinês — afirmou nesta sexta-feira que a cooperação comercial e econômica entre China e Estados Unidos “é mutuamente benéfica e vantajosa para todos”.
“A China nunca buscou deliberadamente um superávit comercial com os EUA. Apesar das diferenças e atritos, os dois países têm enormes interesses comuns e espaço para cooperação, e é aí que ambos os lados podem fortalecer o diálogo e as consultas”, disse Ning.
As declarações pressionam o dólar pelo quinto pregão seguido frente ao real, além de afetar a moeda americana frente, em especial, às divisas emergentes.
Jacques Zylbergeld, superintendente de câmbio do Banco Rendimento, as falas em tom mais amigável direcionadas à China são importantes para o alívio no câmbio. Segundo o especialista, isso acaba reduzindo as tensões sobre possíveis tarifas mais robustas em direção à China.
Em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Trump reforçou que enxerga a relação entre os dois países como boa e disse esperar que a nação asiática ajude a parar a guerra na Ucrânia.
Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, avalia que esta postura mais branda de Trump é o que vem contribuindo para a desvalorização da moeda desde a posse do republicano na segunda-feira.
“Uma parte do fortalecimento do dólar desde a eleição de Donald Trump em 5 de novembro e as expectativas agora do começo de janeiro, era a ideia de que o Federal Reserve (banco central americano) teria menos espaço para cortes de juros esse ano por conta das consequências ou dos efeitos inflacionários dessas tarifas comerciais que eram esperadas”, sinaliza o especialista. As informações são do jornal O Globo e da agência de notícias Reuters.