Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2017
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reservou o sábado (28) para conversar por telefone com cinco líderes mundiais, com destaque para o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Trump falou com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
Putin e Trump conversaram sobre ações coordenadas entre os dois países contra o Estado Islâmico na Síria. Eles também discutiram o programa nuclear iraniano, segundo a agência de notícias Reuters. Nessa sexta-feira (27), Trump manifestou seu desejo de trabalhar com Moscou, mas reconheceu que ainda é “muito cedo” para discutir a remoção das sanções que o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, impôs ao país, segundo a CNN.
A conversa deste sábado foi considerada um primeiro passo para a reaproximação entre o Kremlin e a Casa Branca. A Rússia tem a expectativa de ver as sanções suspensas, mas o governo americano procura não alimentar essas esperanças.
As últimas sanções contra a Rússia foram anunciadas por Barack Obama em dezembro por “sabotagem a processos e instituições eleitorais”. Entre as medidas, estava a expulsão de 35 agentes de inteligência russos em Washington e San Francisco e o fechamento de dois complexos dos serviços de inteligência da Rússia em Nova York e Maryland.
“Há vontade de ambas as partes de trabalhar em comum, ativamente, para estabilizar e desenvolver a cooperação russo-americana sobre uma base construtiva, de igual para igual, e mutuamente vantajosa”, destacou Putin em um comunicado, após a primeira conversa entre os dois chefes de Estado desde que o presidente americano assumiu a Presidência.
A conversa com Angela Merkel, que durou 45 minutos, “não foi a mais fácil do dia”, de acordo com a CNN. Em entrevista dada este mês ao britânico The Times e ao alemão Bild, Trump criticou a política de acolhida de refugiados do governo alemão.
Segundo a agência France Presse, os dois concordaram sobre a “fundamental importância” da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Mais cedo, Trump assegurou ao premiê japonês, Shinzo Abe, considerado um aliado chave na Ásia, que tem um “compromisso” dos Estados Unidos com a segurança japonesa. Trump e Abe também decidiram que “consultarão e cooperarão perante a ameaça representada pela Coreia do Norte”, ressaltou a nota oficial da Casa Branca, citada pela agência Efe.
Durante a conversa, Trump convidou Abe para uma visita aos EUA, que ocorrerá em 10 de fevereiro.
No telefone para o presidente francês, François Hollande, Trump ouviu um apelo para que os EUA “respeitem” o princípio de aceitação a refugiados, segundo comunicado da presidência francesa. O pedido é uma resposta da França à decisão do governo norte-americano, tomada nessa sexta-feira (27), de restringir a entrada de refugiados e imigrantes de sete países islâmicos (Iraque, Iêmen, Síria, Irã, Sudão, a Líbia e Somália).
O presidente francês “lembrou sua convicção de que a luta para a defesa das nossas democracias” só é eficaz se baseada no “respeito aos princípios que as fundamentam, em particular a acolhida aos refugiados”. Além disso, o presidente francês “advertiu para as consequências econômicas e políticas de uma abordagem protecionista”, como a adotada por Trump.
Trump conversa ainda com o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull. As conversas de Trump com Abe e Turnbull acontecem dias depois de ele ter assinado uma ordem executiva para retirar os EUA da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês). Tanto Abe como Turnbull tinham apoiado a TPP, segundo a CNN.