Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2024
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou Susie Wiles como chefe de Gabinete do seu próximo governo. Ela é considerada uma das principais arquitetas da vitória do republicano nas eleições presidenciais.
Nos Estados Unidos, o cargo de chefe de Gabinete pode ser comparado com o de ministro da Casa Civil do Brasil. Entre as funções está a coordenação das atividades do governo e a organização das demais secretarias. Susie também deverá operar como uma das principais conselheiras do presidente.
Esse foi o primeiro nome anunciado por Trump para compor a equipe de seu segundo mandato. A imprensa norte-americana já havia revelado que Susie estava entre as principais cotadas para assumir um cargo no governo.
“Susie é forte, inteligente, inovadora e universalmente admirada e respeitada. Susie continuará a trabalhar incansavelmente para Fazer a América Grande Novamente”, disse Trump em um comunicado.
“É uma honra ter Susie como a primeira mulher chefe de gabinete da história dos Estados Unidos. Não tenho dúvida de que ela fará nosso país se orgulhar.”
Susie foi uma das responsáveis por levar Trump ao poder em 2016 e ajudou a limpar o nome do republicano em 2021, após apoiadores invadirem o Capitólio no dia 6 de janeiro daquele ano.
Na corrida presidencial de 2024, ela trabalhou ao lado de Chris LaCivita. Embora Trump tenha deixado de lado conselhos de campanha diversas vezes, os estrategistas mantiveram o foco nas fraquezas de Joe Biden e Kamala Harris.
Apoiadores de Trump esperam que Susie instale uma sensação de ordem e disciplina, algo que frequentemente faltou durante o primeiro mandato do republicano. Entre 2017 e 2021, ele fez várias trocas na Chefia de Gabinete.
Susie é amplamente reconhecida, tanto dentro quanto fora do círculo íntimo de Trump. Ela evitou os holofotes durante a campanha e se recusou a discursar enquanto Trump celebrava a vitória nas eleições.
LaCivita também é cotado para um cargo sênior na nova administração.
Perfil
Susan Summerall Wiles, de 67 anos, é “uma força mais sentida do que vista”, disse o jornal Politico em um perfil publicado seis meses antes da eleição. O veículo descreveu a estrategista como uma pessoa temida e deu créditos a ela pela nomeação de Trump nas primárias republicanas, um desempenho esmagador sobre o governador da Flórida, Ron DeSantis. O Politico conversou com mais de cem pessoas sobre Wiles, inclusive desafetos. “Há um consenso surpreendentemente bipartidário: ela é boa no que faz”, escreveu o jornal.
Filha da lenda do futebol americano Pat Summerall, Wiles não surgiu na política a partir da base política de extrema direita de Trump. Ela trabalhou em Washington na década de 1970. Menos de um ano após entrar na política, atuou na campanha de Ronald Reagan, antes de sua eleição em 1980, e na Casa Branca como sua assessora. De acordo com a BBC, passou então a desempenhar um papel fundamental na transformação na Flórida, onde mora.
Wiles ajudou a transformar Rick Scott em governador do estado em apenas sete meses, em 2010. O empresário, que na época tinha pouca experiência política, é atualmente senador pelo Partido Republicano representando a Flórida. Mas não conseguiu repetir o feito com a campanha presidencial fracassada de Jon Huntsman.
Segundo a BBC, a estrategista conheceu Trump em 2015, durante as primárias republicanas. O Político contou que Wiles teve um encontro com o magnata em agosto daquele ano na Trump Tower. Ela teria dito a autoridades e empresários com quem trabalhava que tinha “visto algo” em Trump, que achava que ele seria o próximo presidente. Wiles tornou-se copresidente da campanha do republicano no Estado da Flórida, naquele ano, um Estado decisivo. Trump não apenas venceu lá, como também no Colégio Eleitoral e se tornou presidente. Wiles também trabalhou na campanha de Trump em 2020, que perdeu.
Dois anos depois, a estrategista assumiu uma então campanha fracassada de DeSantis e o ajudou a vencer a corrida para governador da Flórida. Ele a descreveu como “a melhor no ramo”, informou a BBC. Mais tarde Wiles foi demitida pelo governo de DeSantis, que a denunciou de maneiras que até mesmo seus aliados acharam indecorosas. A estrategista se vingou no início deste ano quando ajudou Trump a levar a nomeação do partido nas primárias.
A estrategista disse que vem de uma formação política “tradicional”.
“No início da minha carreira, coisas como boas maneiras eram importantes e havia um nível esperado de decoro”, afirmou à BBC, descrevendo o Partido Republicano como diferente do que era há dez anos. “Há mudanças com as quais precisamos conviver para conseguirmos fazer as coisas que estamos tentando fazer.”
Wiles é avó de um menino de 7 anos, que a chama carinhosamente de “Susu”, e tem duas filhas. Foi descrita pela filha mais velha, Kati, como uma mãe e uma avó “incrível”.