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Mundo Trump não aceita que os escolhidos para cargos em seu governo precisem se submeter a sabatinas no Senado

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A exigência mostra o quanto o presidente eleito pretende influir na escolha do próximo líder do Senado. (Foto: Divulgação)

Enquanto o novo governo republicano começa a tomar forma, uma semana após sua vitória nas urnas, o presidente eleito, Donald Trump, passou a exigir que o futuro líder do Senado permita que ele faça as nomeações sem audiências de confirmação, o que significaria um drible no Congresso e na Constituição.

Trump já confirmou ou indicou quem chamará para vários cargos importantes de seu futuro governo. Na noite de segunda-feira (10), o New York Times, citando pessoas próximas ao presidente eleito, afirmou que Trump caminhava rapidamente para completar sua equipe de política externa e segurança nacional e convidaria o senador da Flórida Marco Rubio para ser seu secretário de Estado. O jornal ponderou que Trump ainda poderia mudar de ideia.

Mais cedo, a imprensa americana afirmou que Trump escolheu o deputado da Flórida Michael Waltz para ser seu conselheiro de segurança nacional. O veterano é conhecido como um linha-dura em relação à China e supervisionará a política externa e de segurança nacional na Casa Branca.

Waltz foi o segundo republicano da Câmara a ser selecionado para um cargo de alto nível no próximo governo. Elise Stefanik, deputada de Nova York, recebeu o convite para ser embaixadora dos EUA na ONU. Trump também anunciou a escolha do ex-deputado Lee Zeldin para liderar a Agência de Proteção Ambiental (EPA), em um primeiro passo no que os apoiadores do republicano disseram que seria uma completa reestruturação do órgão regulador.

Tom Homan, ex-diretor interino da Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), no primeiro mandato, foi anunciado como “czar da fronteira”, com o papel de liderar a prometida repressão à imigração.

Segundo a CNN, Stephen Miller, assessor linha-dura em imigração, é cotado para ser vice-chefe de gabinete da Casa Branca. Acima dele estaria Susie Wiles, primeiro anúncio de Trump para um posto em seu governo, feito na semana passada. Ela será a primeira mulher a ocupar o cargo.

Para essas e outras posições que serão indicadas, Trump espera agora que o novo Senado, cuja maioria foi retomada pelos republicanos, permita uma manobra de aprovação que dispense as sabatinas de confirmação. Ele manifestou ontem sua intenção em uma postagem no X.

A exigência foi feita por Trump aos três candidatos a liderar o Senado, em troca do apoio do presidente eleito na disputa. Os três cotados – Rick Scott, John Thune e John Cornyn – concordaram.

A ferramenta parlamentar, chamada de “nomeações de recesso”, permite ao presidente aprovar nomes enquanto o Senado está temporariamente em recesso, pode ser usada para contornar o processo e evitar atrasos ou bloqueios.

Próximo líder

A exigência mostra o quanto o presidente eleito pretende influir na escolha do próximo líder do Senado, que deve ser eleito esta semana, em substituição a Mitch McConnell, que está se aposentando. Quando assumir, em janeiro, os republicanos terão 53 das 100 cadeiras da Casa. O partido deve confirmar também a maioria na Câmara.

Trump tem montado sua nova equipe com consultoria direta de amigos e assessores. A promessa é “remodelar radicalmente” o governo federal. Um grupo em particular tem tido uma influência maior.

Ele inclui seu vice-presidente eleito, JD Vance, e nomes menos conhecidos, como executivos influentes. No fim de semana, eles começaram a navegar pelas diferenças ideológicas do partido – e os impulsos de Trump –, enquanto definiam os cargos.

A maioria republicana no Senador significa que Trump não terá problemas para confirmar seus indicados e não precisaria abreviar o processo. No entanto, sua intenção de indicar Robert F. Kennedy Jr. para algum cargo na área da saúde pode enfrentar resistência em razão de suas opiniões antivacina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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