A vitória de Donald Trump nas recentes eleições americanas trouxe um cenário de grandes expectativas e mudanças significativas no panorama econômico e geopolítico mundial. Segundo Fábio Fares, especialista em análise macro, o retorno de Trump ao poder, com o controle do Senado e da Câmara dos Representantes, deve marcar um período de amplas mudanças e fortalecimento da posição dos Estados Unidos como líder global.
Trump, com seu slogan já deixou claro que seu objetivo é “fazer a América grande de novo” o que sugere que ele irá implementar medidas como tarifação de importações de produtos fabricados internamente, cortar impostos e estimular à indústria americana. De acordo com Fares, essa agenda pode trazer uma valorização imediata da bolsa americana, com setores como as Small Caps e a indústria em geral performando bem. “A bolsa deve responder positivamente num primeiro momento, e veremos a economia americana revigorada com essas novas políticas”, aponta Fares.
Relações internacionais
Um ponto importante destacado pelo especialista é a postura geopolítica de Trump. Logo após a confirmação da vitória, grupos hostis no Oriente Médio, ligados ao Irã, sinalizaram cessar-fogo, reconhecendo a postura mais dura do novo presidente, analisou Fares. Além disso, o especialista acredita que Trump tem potencial para resolver o conflito entre Rússia e Ucrânia, buscando aproximação com Putin, o que traria estabilidade global. Ao mesmo tempo, espera-se que o novo governo pressione a China, considerada por Trump como um fator-chave na sua derrota anterior devido à pandemia de COVID-19.
Outro fator de destaque é a participação de figuras influentes, como Elon Musk, no governo. Fares ressalta que Trump, mais experiente e cercado por uma equipe qualificada, pode atrair talentos de diversos setores, incluindo ex-democratas, para promover uma gestão eficiente e impactante.
Impactos no Brasil
Para o Brasil, o efeito inicial da valorização do dólar pode ser desafiador. Com um fortalecimento da moeda americana, o Banco Central brasileiro pode ser pressionado a elevar os juros para conter a inflação. “A expectativa de um pacote efetivo de corte de gastos por parte do governo brasileiro já está fazendo o real se valorizar, mas, no longo prazo, a política de Trump deve forçar o Brasil a adotar medidas fiscais mais rígidas”, explica Fares.
A análise de Fares aponta que a manutenção dos juros nos Estados Unidos deve seguir uma trajetória estável, com o Federal Reserve (Fed) projetando cortes futuros. “Apesar de a inflação estar acima da meta, não acredito que Trump deixará os juros em patamares que prejudiquem a produtividade americana. O Fed deve continuar a cortar juros e anunciar novos cortes até dezembro, ajustando conforme o cenário em janeiro”, afirma o especialista. As informações são do site BM&C News.