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Mundo Trump vai testar limites do uso de militares dentro e fora dos Estados Unidos; aliados na Ásia e Europa poderão ter que pagar mais por sua segurança

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(Foto: Andrew Harnik/AP)

Em entrevista à Fox News em outubro, semanas antes de vencer a eleição americana, Donald Trump deu algumas pistas sobre seus planos para remodelar as Forças Armadas caso retornasse à Casa Branca: na época, disse que uma das maiores, senão a maior, ameaças aos EUA era o “inimigo interno”, referindo-se a imigrantes e a qualquer um que contestasse suas ações no governo. Se no primeiro mandato Trump foi impedido de empregar soldados contra manifestantes ou em ações de combate ao crime, agora, com menos vozes dissonantes, o republicano parece perto de lançar uma das maiores reformas nas funções das Forças Armadas. E caminhará em uma zona cinzenta, que envolve questões legais, morais e estratégicas.

A maior mudança será sentida dentro dos EUA. A retórica do “inimigo interno”, repetida em comícios, foi acompanhada por promessas de empregar a Guarda Nacional na contenção de distúrbios e nos planos de Trump para a imigração, incluindo aquela que ele chama de “maior deportação em massa da História”.

“Se eu achar que as coisas estão saindo do controle, não teria problema em usar o Exército”, disse, em entrevista à revista Time, em abril.

Professor na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Sandro Teixeira Moita disse que o emprego de tropas dentro do país não é novo, mas o rol de situações em que os militares podem ir às ruas é pequeno. Ele citou os protestos de 1992 em Los Angeles, ligados ao ataque cometido por policiais contra o motorista negro Rodney King, quando os Fuzileiros se juntaram à Guarda Nacional.

“A utilização da Guarda Nacional sempre foi muito dramática, então, às vezes, a própria ideia de usar os militares nas ruas serve para aplacar uma crise”, afirmou.

Outro cenário

Em seus anos na Presidência, Trump se frustrou com a falta de apoio para usar tropas nas ruas, como ele defendia. Há dois anos, Mark Esper, então secretário de Defesa, revelou ao Congresso que o presidente perguntou se os soldados poderiam atirar contra os manifestantes que estavam nas ruas protestando contra o racismo estrutural, em 2020. Agora, o cenário é diferente.

“O fato é que houve um movimento de pessoas ligadas a Trump dentro do Partido Republicano, que tiveram espaço no final do seu primeiro governo, e que provavelmente devem ter ainda mais espaço agora. Existem adultos na sala, mas são adultos trumpistas”, afirmou Teixeira Moita.

Se no campo interno a questão envolve a legalidade do uso das tropas, no campo externo as visões isolacionistas de Donald Trump devem impactar planos e estratégias de defesa não apenas dentro do Pentágono, mas em dezenas de países aliados ao redor do mundo.

Pressão econômica

No fim de seu primeiro mandato, em 2020, Trump ameaçou retirar 12 mil soldados baseados na Alemanha, quase um terço do contingente no país, como parte de sua estratégia para pressionar os governos da Otan — a aliança militar ocidental — a elevarem seus gastos com defesa. Em todo o planeta, são cerca de 160 mil militares.

Os soldados ficaram em solo alemão, mas Trump conseguiu seu objetivo financeiro anos depois: em 2024, 23 dos 32 países da organização destinavam ao menos 2% de seu PIB à defesa. Em 2020, seu último ano completo de governo, eram nove.

A cobrança também inclui a guerra na Ucrânia, um conflito que Trump disse que encerrará antes de tomar posse. Na campanha, sinalizou que deve interromper os pacotes bilionários de ajuda a Kiev, afirmando que a Europa, e não os EUA, deve gastar mais na segurança do continente.

A pressão econômica abrange até mesmo aliados na Ásia, onde a presença americana é um dos pilares defensivos de vários países e territórios.

A Taiwan, ilha considerada rebelde pela China, ele disse que Washington “não é uma empresa de seguros”. Da Coreia do Sul, prometeu cobrar US$ 10 bilhões (R$ 57,3 bilhões) anuais pela manutenção dos cerca de 25 mil militares baseados no país. No Japão, o retorno de Trump deve fazer com que o governo engavete uma proposta para mudar os termos do acordo de segurança, firmado no pós-Segunda Guerra. Isso em um ambiente de tensão elevada, com o avanço da China na região, e um governo norte-coreano cada vez mais alinhado com a Rússia.

Embora sem cobranças financeiras, o Oriente Médio ocupará um lugar central na estratégia de Trump, com a promessa de acirramento da política de “pressão máxima” contra o Irã, concentrada no bloqueio econômico, mas sem planos de mudança de regime em Teerã.

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