Ilimar Franco
Com a manutenção das coligações e com a cláusula de barreira reduzida ao mínimo, a Câmara fez a não reforma. O sistema eleitoral continuará tal como é hoje, apenas sem a reeleição. Isso ocorreu porque os grandes partidos se recusaram ao entendimento. No caso dos governistas, eles abdicaram dessas mudanças, fazendo acordos com as siglas pequenas em nome da lista e do distritão.
A responsabilidade dos grandes
O PMDB fez um acordo com o PCdoB. Não daria apoio ao fim das coligações em troca de votos para o distritão. O PT fez um acordo, com outros pequenos partidos, para manter a coligação em troca da derrota do distritão. O PSDB se recusou a buscar qualquer entendimento com propostas próximas de seu voto distrital misto. As grandes legendas se dividiram e se recusaram ao diálogo. Isso ampliou a força dos médios e pequenos na mesa de negociação. Mesmo de costas um para o outro, todos concordavam no final que o processo foi um caos, e que o resultado foi um puxadinho. Eles também concordam que uma nova tentativa de reforma só será viável na próxima Legislatura.
Abrindo espaço
A única mudança, de fato, aprovada na frustrada reforma, foi o fim da reeleição. Pesou na opção dos deputados a necessidade de renovação. Eles abriram maiores possibilidades de disputar eleições para prefeituras e governos estaduais.
Muito barulho por nada
Apesar de ter sido a decisão mais polêmica, especialistas em legislação eleitoral afirmam que o aprovado no financiamento de campanhas tem pouca diferença sobre o que vigora hoje. Não impede a corrupção. Mas tirou o STF do jogo.
Mensalão, petrolão e cartolão
O governo aposta na CPI da CBF. Ela pode tirar o foco da CPI da Petrobras. O futebol é popular, vai ganhar as mesas de bar. E vai facilitar a aprovação da MP do Futebol, que contraria a bancada da bola. A comissão já tem até apelido no Senado: CPI do Cartolão. Ele está alinhado aos batismos dos escândalos anteriores: mensalão e petrolão.
O bate-boca do distritão
Ao cruzar por Marcus Pestana (PSDB) na Câmara, Danilo Forte (PMDB) provoca: “Como vocês vão votar? Com o PT ou com o povo?”. O tucano reage: “Vocês deviam se olhar no espelho. O distritão teve 21 votos nossos. Vocês deram 13 contra”.
Novo líder
O Movimento Brasil Livre fez festa para o senador Ronaldo Caiado (DEM), quando o viu na quarta-feira. Defensores do impeachment, integrantes do movimento estão engrossando, nas redes sociais, a hashtag “#CaiadoPresidente”.
Ele tem a força
Votado o relatório da reforma política, líderes avaliam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), saiu fortalecido. Alegam que ele votou a reforma. Foi derrotado no distritão, mas prevaleceu ao manter as coligações nas eleições proporcionais e ao reduzir a cláusula de barreira. Mas ele também é criticado, e o chamam de arrogante e autoritário.
Com Amanda Almeida, sucursais e correspondentes