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Tecnologia Twitter anuncia o fim do controle de fake news sobre o coronavírus

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Política anterior resultou na exclusão de mais de 11 mil contas. (Foto: EBC)

Nesta terça-feira (29), o Twitter informou o encerramento de sua política de combater à circulação de informações falsas ou enganosas sobre o coronavírus. A decisão faz parte da controvertida missão do empresário Elon Musk, que selou a compra do Twitter no final de outubro, de tornar a rede social um lugar livre para discursos sem moderação.

Com o fim da prática, a empresa deixará de incluir etiquetas nas publicações que contenham desinformação sobre a covid, e não acrescentará mais correções adicionais, como fazia anteriormente. Tuítes imprecisos também não serão mais excluídos, e contas que publiquem informações falsas não serão suspensas.

A mudança foi revelada por meio de uma nota publicada no site oficial da empresa. A agência Bloomberg entrou em contato com a empresa para pedir esclarecimentos, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. A revisão da política foi originalmente informada pela Sky News.

Mais de 11 mil contas foram suspensas e mais de 97 mil publicações com informações falsas foram excluídas desde que a política foi introduzida na rede social, em janeiro de 2020, até a semana passada, segundo dados disponíveis no site oficial da plataforma.

O Twitter tem sido alvo frequente de críticas pela ausência de medidas contra a desinformação na última década. As críticas se intensificaram durante o governo de Donald Trump (2017-2021) nos Estados Unidos, devido aos seus tuítes controversos de grande repercussão, que chegaram inclusive a violar as políticas contra a desinformação sobre o coronavírus.

Assim que assumiu como executivo-chefe da rede social, Musk se mobilizou para reativar a conta do republicano no Twitter, mas o ex presidente ainda não fez nenhuma publicação desde que ela voltou ao ar, no último dia 19.

Exploração sexual infantil

Também hoje, foi conhecido que o bilionário reduziu drasticamente o tamanho da equipe dedicada a analisar a exploração sexual infantil na plataforma, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. No início do ano, a área contava com 20 especialistas, responsáveis por a analisar as denúncias feitas na plataforma, e agora há menos de 10 funcionários.

A mudança acontece no momento em que parlamentares da União Europeia e do Reino Unido discutem regras de segurança que ampliem o alcancem da proteção às crianças nas plataformas de rede social, que podem ter de pagar multas significativas caso não cumpram as determinações.

A equipe, formada por uma combinação de peritos em leis e especialistas em segurança infantil, estava espalhada nas sedes da empresa nos Estados Unidos, Irlanda e Cingapura. Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, os profissionais já estavam sobrecarregados antes dos cortes feitos por Musk, trabalhando por muitas horas para conter a distribuição de conteúdos com abuso sexual de crianças, aliciamento de menores e canais de promoção à pedofilia.

Mais mudanças: Musk lança enquete no Twitter sobre ‘anistia geral’ de contas suspensas
Na semana passada, Musk tuitou que “acabar com a exploração infantil é a prioridade número um” e convocou as pessoas a “responderem nos comentários se virem algo que o Twitter precise resolver”.

Desde que Musk assumiu o comando da plataforma, algumas hashtags conhecidas por estarem associadas à exploração sexual de crianças foram removidas, mudanças que já vinham sendo trabalhadas antes da aquisição da rede pelo bilionário.

No entanto, combater tais conteúdos nem sempre é tão simples como excluir tuítes que contenham hashtags ofensivas, afirmaram as fontes, já que os criminosos mudam constantemente os termos utilizados para não serem detectados.

Embora as ferramentas baseadas em Inteligência Artificial (IA) possam ser úteis na identificação de imagens que já foram analisadas e categorizadas como material de exploração sexual infantil por autoridades policiais, a revisão humana é particularmente importante para a compreensão das nuances do aliciamento e outros comportamentos de exploração.

Isso permite, por exemplo, identificar imagens e vídeos abusivos desconhecidos e analisando as diferenças nas legislações. Os especialistas também testemunham, a pedido das autoridades, em investigações criminais.

A redução da equipe na Europa e em Cingapura tornará a fiscalização desses conteúdos uma tarefa particularmente difícil em mercados não falantes da língua inglesa, afirmaram as fontes.

Os especialistas trabalham com engenheiros e gestores de produtos dedicados à criação de ferramentas e automatização que impedem a propagação do material, e também com fornecedores externos que ajudavam na classificação de conteúdo reportados por usuários.

Enquanto apenas alguns empregados foram despedidos na primeira onda de demissões, a equipe foi praticamente dizimada quando Musk disse aos funcionários do Twitter que eles deveriam se comprometer com uma cultura de trabalho intenso ou saírem da empresa. Segundo as fontes, Musk não criou um ambiente onde a equipe quisesse ficar.

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https://www.osul.com.br/twitter-anuncia-o-fim-do-controle-de-fake-news-sobre-o-coronavirus/ Twitter anuncia o fim do controle de fake news sobre o coronavírus 2022-11-29
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