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Ucrânia acusa Rússia de sequestrar mais um prefeito

O prefeito de Meliotopol, Ivan Fedorov, foi o primeiro sequestrado. (Foto: Reprodução)

O prefeito da cidade de Dniprorudne, na região de Zaporizhzhia, sudeste da Ucrânia, foi sequestrado por forças armadas russas, revelou a imprensa local no domingo (13).

Segundo o jornal Kyiv Independent, Yevhen Matviiv é o segundo prefeito raptado, depois do de Melitopol, Ivan Fedorov, desde o início da invasão russa ao país, em 24 de fevereiro.

“Os crimes de guerra estão se tornando sistêmicos “, afirmou o governador da região de Zaporizhzhia.

O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, por sua vez, anunciou o sequestro do segundo prefeito ucraniano “democraticamente eleito” em menos de dois dias e afirmou que os militares russos “se voltam para o terror”.

“Obtendo zero apoio local, os invasores se voltam para o terror. Apelo a todos os estados e organizações internacionais para que parem o terror russo contra a Ucrânia e a democracia”, escreveu Kuleba no Twitter.

No sábado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, exigiu que a Rússia liberte imediatamente o prefeito de Meliotopol, Ivan Fedorov, que foi visto por câmeras da CCTV, a rede de TV chinesa, sendo levado por soldados russos para fora da prefeitura. Até o momento, não há notícias de seu paradeiro, e a Rússia não se pronunciou sobre o caso.

Crimes de guerra

A ONU (Organização das Nações Unidas) denunciou o que chamou de “ataques indiscriminados” por parte da Rússia na Ucrânia e alertou as autoridades do Kremlin de que algumas das atitudes poderiam configurar crimes de guerra, se confirmadas. A entidade também desmentiu a versão do governo russo de que uma maternidade atacada nos últimos dias não estava em operação e tinha sido transformada em abrigo para “nacionalistas ucranianos”.

Na sexta-feira, a agência apontou que 549 pessoas morreram na guerra, além de haver outros 957 feridos. Mas disse que os números reais de vítimas são “muito superiores”.

Numa coletiva de imprensa em Genebra, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos insistiu que ataques contra civis ou ataques indiscriminados são proibidos e podem ser considerados como crimes de guerra.

No caso específico da Ucrânia, a ONU aponta para a existência de ataques indiscriminados, com o uso de explosivos em locais densamente ocupado por civis. A agência também denuncia bombardeios contra escolas e hospitais. Pelo menos 47 mortos foram registrados num deles em centros de saúde. A ONU também disse que houve o uso de munições proibidas e ataques contra 26 centros de saúde na Ucrânia.

Os números e alertas contrastam com a versão do chefe da diplomacia da Rússia, Sergei Lavrov, que insistiu nesta semana que Moscou não ataca civis e que uma maternidade atingida não estava funcionando e operava para esconder “nacionalistas ucranianos”.

Para a porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Liz Throssel, a informação que a agência tem é de que a maternidade era um “hospital em funcionamento”, com pelo menos três setores para diferentes serviços. Segundo ela, há uma suspeita de que os pacientes estavam escondidos nos porões do hospital.

“Em 9 de março, um ataque aéreo russo atingiu o Hospital Mariupol No.3, ferindo pelo menos 17 civis. Ainda estamos investigando relatos de que pelo menos três civis podem ter sido mortos no ataque aéreo”, disse a porta-voz.

“Falamos com diferentes fontes em Mariupol, incluindo autoridades locais, indicando consistentemente que o hospital era claramente identificável e operacional quando foi atingido”, completou.

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