Ícone do site Jornal O Sul

Ucrânia diz que a Rússia quer transformar Kherson em “cidade da morte”

A maioria dos opositores de Putin que permaneceram na Rússia está na prisão. (Foto: Kremlin/Divulgação)

Um conselheiro do presidente da Ucrânia disse nesta quinta-feira (10) que a Rússia quer transformar Kherson em uma “cidade da morte”. Além disso, os russos teriam acusado Moscou de colocar minas explosivas em vários lugares – desde apartamentos até sistemas de esgotos – e de planejar bombardear a cidade do sul da Ucrânia a partir do outro lado do rio Dnipro.

O conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak fez o comentário um dia depois que o ministro da Defesa russo ordenar a suas tropas que se retirassem de Kherson e assumissem posições em linhas defensivas na margem oposta do Dnipro.

“Isto é o que o ‘mundo russo’ parece: veio, roubou, celebrou, matou ‘testemunhas’, deixou ruínas e foi embora”, escreveu ele no Twitter.

Avanço

Um dia depois que as tropas russas receberam ordens para sair de Kherson, no sul da Ucrânia, as tropas de Kiev recapturaram 12 vilarejos a caminho da cidade. Apesar de ser o mais significativo recuo da Rússia desde o início do conflito, as Forças Armadas ucranianas consideram a hipótese de se tratar de uma armadilha prévia a um contra-ataque.

Kherson é um importante ativo estratégico para a Rússia, por ligar a Crimeia ao Rio Dnipro e à região de Odessa. Sua retomada, caso confirmada, seria um duro revés para os planos de Vladimir Putin na guerra.

Na última quarta (9), o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, ordenou a retirada das forças russas da margem oeste do Rio Dnipro em Kherson, mas não ficou claro quantos dos cerca de 40 mil soldados de Moscou ainda permanecem na região, o quão longe já estavam em sua retirada e se um contingente havia sido deixado para trás para lutar na cidade. Autoridades ucranianas veem o anúncio como uma possível armadilha destinada a atrair suas forças para um combate urbano, embora reconheçam que uma retirada era necessária após ataques destruírem as rotas de suprimentos da cidade.

Em meio à campanha na região, os Estados Unidos aumentaram a ajuda militar em mais US$ 400 milhões (R$ 2,1 bilhões), incluindo o envio de sistemas de defesa aéreos Avengers, equipados com mísseis Stringer. “Quando estive em Kiev na semana passada, tive a chance de consultar diretamente com o presidente Zelenskiy sobre o que a Ucrânia precisa para estar na posição mais forte possível no campo de batalha”, disse o conselheiro de segurança dos EUA, Jake Sullivan

O general Valeri Zaluzhni, comandante das forças armadas ucranianas, disse que suas tropas continuaram conduzindo ataques na região de Kherson no dia anterior. Ao todo, as tropas ucranianas já teriam retomado 41 vilarejos na região desde 1º de outubro.

Vídeos postados por autoridades ucranianas nas mídias sociais supostamente mostram soldados ucranianos em frente a um tanque e a bandeira amarela e azul de seu país em uma vila recentemente recuperada no sul, embora as imagens não tenham sido verificadas imediatamente de forma independente.

O comando militar sul ucraniano disse em um comunicado nesta quinta que suas forças estavam enfrentando minas e bloqueios de estradas colocados pelas forças russas. Houve explosões em toda a região durante a noite, com os militares ucranianos dizendo que atingiram um posto de comando russo, uma coluna de equipamentos militares e depósitos de munição.

Sair da versão mobile