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Ucrânia e China dominam a reunião de cúpula dos 7 países mais ricos do mundo, mas há uma nova ameaça à espreita: a Inteligência Artificial

Líderes do Grupo dos 7 países em reunião Hiroshima, no Japão. (Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, iniciou a reunião do G7 em Hiroshima e entrou em discussões com seus aliados mais próximos sobre duas questões cruciais: como armar melhor a Ucrânia ao entrar em sua contraofensiva contra os invasores russos e como retardar ou interromper a espiral descendente nas relações com a China.

Ambos são agora tópicos familiares para os líderes do Grupo dos 7 países, que se tornaram muito mais próximos e permaneceram unidos desde que a Rússia iniciou seu ataque à Ucrânia há 15 meses. Mas em algum momento durante os três dias de discussões, os líderes do G7 também devem se aventurar em um novo território: as primeiras conversas entre as maiores economias democráticas do mundo sobre uma abordagem comum para regulamentar o uso de programas geradores de inteligência artificial como o GPT-4.

A inteligência artificial não estava na agenda. Mas como o novo modelo de linguagem de inteligência artificial da OpenAI fez com que as nações ao redor do mundo se concentrassem pela primeira vez nas possibilidades de desinformação, caos e destruição física de infraestrutura crítica, o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, começou a chamar os colegas para buscar uma discussão comum.

Está longe de ser claro que este grupo de líderes – o G7 também inclui Alemanha, Reino Unido, França, Japão, Canadá e Itália – pode sustentar uma conversa sobre uma tecnologia que parecia entrar em cena tão rapidamente, mesmo que levasse anos para ser desenvolvida. Esforços anteriores para fazer com que o grupo abordasse questões de segurança cibernética muito mais diretas geralmente se resumiam a banalidades sobre “parcerias público-privadas”, e nunca houve uma discussão séria sobre regras para orientar o uso de armas cibernéticas ofensivas.

Autoridades americanas dizem que, no caso dos chatbots, mesmo uma vaga discussão fundamental pode ajudar a estabelecer alguns princípios compartilhados: que as empresas que trazem produtos usando os modelos de linguagem ampla serão as principais responsáveis por sua segurança e que deve haver regras de transparência que deixam claro em que tipo de dados cada sistema foi treinado. Isso permitirá que assessores de nível inferior discutam detalhes de como seriam esses primeiros regulamentos, disseram as autoridades.

Com o início da reunião, contudo, a Ucrânia domina conversa. O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski e as principais democracias ocidentais se mobilizam para o que Biden chama de “derrota estratégica da Rússia na Ucrânia”.

Biden costuma dizer que a Rússia já está derrotada. Mas o medo que permeia as sete grandes democracias aqui é que, a menos que a contraofensiva seja altamente bem-sucedida, a Ucrânia entrará em um conflito sangrento e congelado no qual a melhor esperança seria um armistício, reminiscente daquele que interrompeu os combates no território na Península da Coreia 70 anos atrás.

Tal confronto parecia quase impossível de imaginar em 1997, quando o então presidente americano Bill Clinton e o primeiro-ministro Tony Blair, do Reino Unido, convidaram a Rússia a se tornar um membro pleno do grupo, expandindo-o – por quase duas décadas – no G8. A Rússia foi “suspensa” após a anexação da Crimeia em 2014 e retirou-se do grupo três anos depois.

Agora, com suas tropas já tentando destruir os depósitos de armas russos antes da contraofensiva, Zelenski acabou de completar uma série de visitas rápidas às capitais europeias para reforçar o apoio aos gastos pesados contínuos em armamentos e ajuda. Espera-se que ele se dirija virtualmente aos líderes em Hiroshima no fim de semana, mas houve conversas nos bastidores sobre se deveria correr o risco de trazê-lo pessoalmente para o outro lado do mundo para defender seu caso.

De qualquer forma, ele terá um grande público. Além da Índia, os líderes da Austrália, Coreia do Sul, Brasil, Indonésia e Vietnã estavam presentes como convidados. Faz parte de uma estratégia mais ampla de Biden e seus aliados atrair nações que, em graus variados, recusando-se a condenar a Rússia com severidade, a impor sanções com entusiasmo ou a fornecer armas para a Ucrânia.

Alguns dos principais membros estão tentando armar Zelenski de maneiras que podem superar a disposição de Biden. Quando ele estava no Reino Unido, Rishi Sunak, o primeiro-ministro, abraçou Zelensky e disse aos repórteres: “Eles precisam do apoio contínuo da comunidade internacional para se defender contra a enxurrada de ataques implacáveis e indiscriminados que têm sido sua rotina diária há mais de um ano. Não devemos decepcioná-los.”

Neste domingo (21), o presidente Joe Biden anunciou um novo pacote de assistência de segurança para a Ucrânia ao se reunir com o presidente do país, Volodymyr Zelensky, no Japão

Foi o primeiro encontro cara a cara desde que Biden visitou Kiev em fevereiro e ocorreu em meio à visita histórica de Zelensky à cúpula do G7 no Japão.

“Os Estados Unidos continuam a fazer todo o possível para fortalecer a capacidade da Ucrânia de se defender”, disse Biden, citando sua recente decisão de permitir que caças F-16 vão para a Ucrânia e treinar pilotos ucranianos na aeronave nos Estados Unidos. As informações são do jornal The New York Times e da CNN.

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