Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de fevereiro de 2022
A Ucrânia não vê sentido em fechar seu espaço aéreo em resposta à acumulação de tropas de Moscou perto da fronteira, disse uma autoridade sênior neste domingo (13). O anúncio foi feito depois que algumas companhias aéreas revisaram seus serviços ao país, por conta dos alertas americanos de que a Rússia pode invadir a qualquer momento.
A empresa holandesa KLM – parte da Air France – disse que interromperia voos à Ucrânia, e a alemã Lufthansa afirmou que estava considerando suspender voos. Um jornal local, Ukrayinska Pravda, afirmou em uma reportagem não confirmada que o governo poderia discutir a questão do tráfego aéreo neste domingo.
Dois terços dos 298 passageiros mortos quando o voo MH17 da Malaysia Airlines foi derrubado no leste da Ucrânia em 2014, voando de Amsterdã para Kuala Lumpur, eram cidadãos holandeses.
O ministério da Infraestrutura da Ucrânia afirmou que as companhias aéreas continuariam a operar “sem qualquer restrição”.
Mykhailo Podolyak, conselheiro do chefe de gabinete do presidente ucraniano, disse que as reconfigurações de agenda de transportadoras individuais “não tinham nada a ver com as decisões ou políticas do nosso estado”.
“O ponto mais importante é que a própria Ucrânia não vê sentido em fechar os céus… E, na minha opinião, isso lembraria um pouco um tipo de bloqueio parcial”, disse Podolyak.
Voos cancelados
No sábado (12), a KLM anunciou que está cancelando todos os seus voos para a Ucrânia, alegando preocupações com as seguranças das operações. A companhia também vai deixar de sobrevoar o espaço aéreo da Ucrânia pelo mesmo motivo.
A companhia aérea tinha dois voos diários ligando sem escalas Amsterdã e Kiev, capital da Ucrânia. Todos os voos já foram cancelados, e os passageiros com passagens aéreas compradas estão recebendo assistência da companhia aérea.
A embaixada da Holanda em Kiev já está sendo evacuada devido ao risco listado pelo Governo dos Países Baixos de um iminente ataque de tropas russas. Os serviços serão deslocados e mantidos por uma equipe mínima na cidade de Lviv, mais ao oeste da Ucrânia.
Já a alemã Lufthansa declarou que está estudando a suspensão dos voos para a Ucrânia, bem como o sobrevoo do espaço aéreo. Uma decisão ainda não foi tomada pela companhia.
“A Lufthansa está monitorando a situação na Ucrânia muito de perto”, disse um porta-voz.
Algumas companhias aéreas cancelaram ou desviaram voos para a Ucrânia em meio a avisos do Ocidente de que uma invasão da Rússia é iminente, apesar das intensas negociações de fim de semana entre Moscou e Washington.
Neste último sábado a companhia aérea ucraniana SkyUp precisou desviar um voo de Madeira (Portugal) para Kiev (Ucrânia). A aeronave pousou com 175 passageiros a bordo na capital da Moldávia, após a empresa de leasing dona da aeronave impedir o voo de aeronaves da aérea sobre a Ucrânia.
Caso MH17 – O cancelamento de voos pelas companhias, e receio até das empresas de leasing, é devido aos recentes casos de abate de aeronaves civis por forças militares.
Em 2014 tivemos o abate do voo MH17 da Malaysia Airlines no Leste da Ucrânia pelos separatistas pró-Rússia, que utilizaram um míssil terra-ar (BUK) para abater o avião. 298 passageiros morreram imediatamente com a queda da aeronave que voava de Amsterdã para Kuala Lumpur. Cerca de 198 cidadãos holandeses estavam nesse voo.
Acidente Ucrânia Irã – Mais recentemente, no início de 2020, um Boeing 737-800 da Ukraine Internacional Airlines foi abatido logo após decolar de Teerã, em um voo com destino a Kiev, capital da Ucrânia. O voo PS752 transportava 167 passageiros e 9 tripulantes a bordo, todos morreram com a queda da aeronave.
De acordo com autoridades do Irã, o voo foi “derrubado acidentalmente por um míssil iraniano depois que a aeronave fez uma curva inesperada em direção a uma base militar.”
Para o Irã, o míssil foi disparado devido a um erro humano.
A declaração das forças armadas iranianas diz que o avião “adotou uma postura de voo e a altitude de um alvo inimigo” ao se aproximar de uma base da Guarda Revolucionária Iraniana.
A Ucrânia diz que não vê sentido em fechar seu espaço aéreo em meio a uma escalada de tensões militares com a Rússia, de acordo com um alto funcionário ucraniano, depois que os Estados Unidos alertaram que as tropas russas poderiam invadir a nação do leste europeu a qualquer momento.