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UFRGS prorroga até 15 de junho a suspensão de suas atividades acadêmicas

Medida está em vigor desde 17 de maio, devido aos impactos das enchentes no Estado. (Foto: Cadinho Andrade/Arquivo UFRGS)

O reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos André Bulhões, prorrogou até 15 de junho a suspensão de atividades acadêmicas presenciais e não presenciais, devido aos estragos e transtornos causados pelas enchentes em Porto Alegre e outras cidades gaúchas. Uma primeira portaria já havia sido publicada no dia 17 de maio, com validade até este sábado (1º).

A medida não se aplica a práticas de ensino no âmbito da graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão que envolvam atendimento a demandas da população. Nesse caso, sempre que possível a decisão ficará a critério da direções de cada unidades e órgãos da administração central da instituição.

Também foi publicada uma portaria que regulamenta a retomada presencial das atividades técnico-administrativas e de suporte acadêmico a partir do mês que vem. Essa retomada presencial não se aplica a servidores afetados pelo desastre climático, sendo que eles deverão realizar suas atividades à distância, conforme viabilidade e sob coordenação das respectivas chefias.

“As medidas levam em conta questões de mobilidade resultantes de inundações, falta de energia, dificuldade de comunicação e outros reflexos sobre o funcionamento dos órgãos públicos em Porto Alegre e no Estado, em meio a uma situação de calamidade pública reconhecida pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional“, diz um trecho do documento.

Cooperação

Nesta semana, o governador gaúcho Eduardo Leite, seu vice Gabriel Souza e a titular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, reuniram-se com integrantes do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS. O objetivo foi conhecer estudos já realizados pela unidade e tratar de uma possível parceria em projetos de prevenção e resposta a desastres climáticos.

A equipe da Universidade listou pontos fundamentais para um planejamento estratégico por parte do Estado. Na lista estão melhorias no monitoramento para se contar cm modelos mais confiáveis e com respostas mais rápidas, capacitação de técnicos e população, bem como o estabelecimento de parâmetros para que as prefeituras implementem planos diretores com tal finalidade.

“Solicitei que o IPH faça parte do escopo de entidades e instituições que estarão envolvidas em projetos que virão pela frente. Por isso, é importante avançarmos em um acordo de cooperação técnica”, afirmou o governador. Marjorie, por sua vez, sublinhou que a parceria já existe por meio de contribuições voluntárias em estudos e notas técnicas:

“Estamos melhorando nossos sistemas de previsão e alerta, então precisamos aprimorar também os sistemas de segurança hídrica e é justamente isso que o ‘Plano Rio Grande’ prevê, ou seja, uma reconstrução com olhar mais bem preparado e adaptado no que se refere a mudanças climáticas”.

Ela esclareceu que a parceria já existe, por meio de contribuições voluntárias do IPH no fornecimento de notas técnicas e estudos, e ressaltou já estar em andamento um termo de referência para contratação de novos serviços da Sala de Situação, com qualificação dos dados, monitoramentos e alertas:

Diretor do IPH/UFRGS, Joel Goldenfum acrescentou: “O IPH tem a especificidade de trabalhar com recursos hídricos e, no momento, essa é uma demanda que envolve muitos outros campos. A ideia é poder colaborar com o Estado da melhor forma possível”.

Leite e Souza também relacionaram o lançamento pelo governo, em abril, de um projeto de educação ambiental para riscos de desastres, com foco nas comunidades, rede de ensino e agentes municipais. “O governo já planeja a construção de unidades habitacionais definitivas, com base em estudos de diversos modelos. O projeto faz parte do recém-instituído “Plano Rio Grande”, que prevê iniciativas para reconstrução do Estado”, finalizou Souza.

(Marcello Campos)

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