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Última reunião do ano: em confraternização do Palácio da Alvorada, Lula avisa ministros que haverá mudanças no governo

Em reunião com subordinados, presidente fala também sobre momentos de tensão antes de cirurgia. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu seus 38 ministros no Palácio da Alvorada para uma confraternização de final de ano nessa sexta-feira (20) e avisou que haverá mudanças no governo em 2025. A fala ocorre em meio às discussões de uma reforma ministerial para a segunda metade do mandato. De acordo com presentes, Lula não deu pistas de que tipo de mudanças serão essas, mas os convidados entenderam o recado do anfitrião.

Enquanto agradeceu pelo trabalho dos subordinados ao longo de 2024, Lula citou que o ritmo de trabalho do governo deve continuar, mas que “coisas vão mudar” e “coisas estão faltando”. Ministros deixaram o Palácio da Alvorada com entendimento de que o chefe quer ajustes na equipe, embora não tenha sinalizado diretamente que fará trocas no seu primeiro escalão.

Uma das mudanças previstas é no comando da Secretaria de Comunicação Social (Secom), hoje chefiada por Paulo Pimenta, que deverá passar a ser comandada por Sidônio Palmeira. O publicitário estava na mesa de almoço junto com os demais ministros. Marqueteiro de Lula na campanha de 2022, Palmeira acompanhará a gravação do pronunciamento de final de ano do presidente que será gravado neste final de semana.

O encontro não foi em forma de reunião, mas um almoço que ocorreu das 13h às 15h, onde não se tratou de ações específicas dos ministérios.

Lula abriu sua fala dizendo que não seria uma reunião de trabalho, mas um momento de confraternização. O presidente pediu que todos os ministros estejam em Brasília no dia 8 de janeiro. O presidente avisou que fará um evento para lembrar os dois anos do ataque às sedes dos três poderes que ocorreram em 8 de janeiro de 2023. O petista não deu detalhes de que tipo de evento, disse que irá pensar em um formato mas que faz questão de que uma cerimônia marque a data.

O presidente também avisou os ministros que fará uma reunião ministerial no final de janeiro, quando os auxiliares retornarem de férias.

Durante o almoço, uma ceia de Natal, com peru, farofa e arroz, Lula disse que o país está vivendo um momento economicamente importante, com exceção à questão da alta do dólar. Também citou a importância do cuidado com ao combate da inflação e disse que o governo estará sempre atento a esse tema. Aos ministros, também falou da autonomia do Banco Central sob a gestão de Gabriel Galípolo.

O presidente contou aos ministros os momentos de tensão de que viveu ao receber o diagnóstico de que precisava fazer uma cirurgia de emergência em São Paulo para retirada de um coágulo de sangue no cérebro na noite de 9 de dezembro.

Lula relatou aos ministros que chegou 18h30 ao Hospital Sírio-Libanês de Brasília e, logo após ressonância magnética, houve a decisão de ser deslocado para São Paulo para fazer uma cirurgia às pressas.

O presidente contou que precisou aguardar das 19h até as 23h o avião da presidência da República ser deslocado do Rio de Janeiro até Brasília para buscá-lo. Lula chamou esse tempo de espera de “absurdo”. O episódio deixou Lula indignado, no relato de ministros.

De acordo com auxiliares, o presidente parecia bem disposto, estava de chapéu panamá branco, fez brincadeiras com o procedimento na cabeça e disse que, “depois da cirurgia”, ele tem “a cabeça mais limpa do Brasil”. Lula citou que é uma pessoa de muita sorte e relembrou quando teve câncer na laringe, com diagnóstico em 2011 e tratamento ao longo de 2012.

Lula e a primeira-dama Janja da Silva foram os únicos a falar no almoço. Janja agradeceu pelas orações e ligações buscando notícias de Lula durante a internação.

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