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Por Redação O Sul | 16 de fevereiro de 2017
Latidos da vizinhança chamaram a atenção de Noélia de Oliveira em Xanxerê, no Oeste catarinense. Ao chegar ao portão de casa, a inquietação deu lugar à alegria e à surpresa. Lá, “pedindo para entrar”, como descreveu a filha de Noélia, Denise de Oliveira, estava Sherlock, o cachorro de estimação que havia sumido desde o dia seguinte ao tornado que destruiu parte da cidade em abril de 2015. O cão, de 17 anos, retornou para a família.
Denise contou que, antes do tornado, Sherlock morava com os pais dela, Noélia, de 59 anos, e Ariovaldo, de 60, no Bairro dos Esportes, um dos mais atingidos. Ele, às vezes, ficava preso em uma corrente no terreno da casa deles e tinha uma casa de madeira. “O tornado jogou longe a casinha dele, acabou com a casa dos meus pais”.
A casa do cão foi jogada contra árvores e ele ficou pendurado em galhos. “O vizinho o viu pendurado pela corrente, soltou Sherlock e ele ficou solto no terreno”. Como a casa dos pais de Denise ficou destruída pelo tornado, eles foram dormir na residência da filha.
No dia seguinte, o cão foi solto para poder sair livremente, como era de costume. “Ele estava entranho, quieto, com a cabecinha para baixo. Às vezes ele saía e sempre voltava. Mas ele não voltou mais”, contou Denise.
Diante dessa situação, a família fez muitas buscas pelo cão. Espalhou cartazes, fez posts em redes sociais e Ariovaldo saiu pelos bairros próximos várias vezes para procurá-lo. Porém, o cachorro não foi encontrado.
Reencontro
Ele retornou sozinho à casa dos pais de Denise. “Estava aparentemente bem. Estava quieto, não latia, o pelo estava sujo, embolado. Estava cheio de pulga. Levamos para o pet”, relatou Denise.
Além de Sherlock, Ariovaldo e Noélia tinham um pinscher chamado Thor, que morreu em 6 de fevereiro, aos 15 anos. Três dias depois, o cão que estava desaparecido retornou a casa e trouxe alegria.
Dias depois do retorno, o cão já recuperou o comportamento normal. “Ele está feliz. Almocei com os meus pais e ele está feliz, alegre. Nem parece o mesmo cachorro [do dia em que voltou]. Agora está todo faceiro, parece um meninão”, contou Denise.
“A gente fica de boca aberta com a fidelidade do cachorro, pelo amor que ele tem por nós, de voltar para a casa depois de tanto tempo”, finalizou Denise.