Quinta-feira, 02 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2015
O delegado Igor Romário de Paula, da PF (Polícia Federal), disse que um dos delatores da Lava-Jato – Fernando Soares, o Fernando Baiano, ou Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras – poderá perder os benefícios obtidos com a cooperação, caso se comprove que está mentindo. Baiano e Costa foram submetidos à acareação, feita por Igor de Paula, em Curitiba (PR).
“Não sei se será possível blindar as duas colaborações premiadas”, disse o delegado, para quem um dos dois está errado. Uma das principais divergências seria uma suposta liberação de 2 milhões de reais à campanha da presidenta Dilma Rousseff em 2010, feita a pedido do ex-ministro Antonio Palloci. O delegado disse que as contradições põem em xeque os depoimentos dos dois.
Após a acareação, a PF fez um relatório que será anexado às investigações. Ele explicou que é comum delatores ocultarem uma ou outra informação, mas nesse caso, as versões são gritantes. Um desses casos seria o pedido de Palocci para a campanha de Dilma. Costa disse que autorizou o doleiro Alberto Youssef a fazer o pagamento, tirando o valor da cota do PP. Youssef, na CPI da Petrobras, disse que quem fez a transação foi Baiano.
Provavelmente os dois delatores manterão suas versões. Além da suposta doação, há outras dúvidas, como por exemplo os pagamentos feitos a políticos.