Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de dezembro de 2023
No ano passado, 4,7 milhões de jovens não procuraram emprego nem gostariam de trabalhar
Foto: FreepikUm em cada cinco jovens entre 15 e 29 anos não estudava nem trabalhava no Brasil em 2022, totalizando 10,9 milhões de indivíduos, ou uma fatia de 22,3% do grupo etário. Os dados são da SIS (Síntese de Indicadores Sociais) 2023, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (6).
Desse total da geração conhecida como “nem-nem”, 43,3% eram mulheres pretas ou pardas, 24,3% eram homens pretos ou pardos, 20,1% eram mulheres brancas e 11,4% eram homens brancos.
Os dados ainda mostram que, no ano passado, 4,7 milhões de jovens não procuraram emprego nem gostariam de trabalhar. Dentro desse grupo, estavam 2 milhões de mulheres responsáveis por cuidar de parentes ou de trabalhos domésticos.
Com a pandemia de coronavírus, a proporção de jovens “nem-nem” saltou de 24,1% em 2019 para 28% em 2020. Desde então, o número registrou duas quedas seguidas até chegar ao patamar de 2022.
Contudo, o analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano, aponta que a queda foi puxada pelo aumento dos jovens que buscam dar enfoque ao trabalho.
“[São pessoas que] deixaram o estudo para segundo plano”, explicou Mariano. “Lembrando que no Brasil ainda é bastante baixa a presença desses jovens no ensino superior”, prosseguiu.
De acordo com o IBGE, dos quase 11 milhões de jovens que não estudavam e seguiam desempregados, 61,2% se encontravam abaixo da linha da pobreza. Dentro desse recorte, 47,8% eram mulheres pretas ou pardas.
Para o analista do IBGE, os dados denunciam desigualdades sociais que são frutos de um quadro estrutural de disparidades. “Ainda há um problema com relação ao acesso e, especialmente, a permanência dessas pessoas na escola”, pontuou Mariano.