Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2020
Treze mil horas. O equivalente a 541 dias, ou um ano e meio de muito estudo. Foi esse o tempo que durou a transmissão do vídeo “lofi hip hop radio – beats to relax/study to” no YouTube.
Criado pelo canal ChilledCow, o vídeo é bastante popular na rede por usuários que buscam uma trilha sonora para se concentrar e foi encerrado no último final de semana pelo site de vídeos, após uma suspensão por engano do criador de conteúdo.
Era um vídeo muito simples: uma imagem em loop do desenho animado, em estilo anime, de uma menina estudando, como forma de incentivar os usuários a se concentrarem. Agora, ele segue no canal de ChilledCow, sem poder ser executado. Mas calma: o produtor de conteúdo já começou uma nova transmissão.
Nas redes sociais, muita gente prestou homenagem ao vídeo ou fez piada com a imagem da menina que estudou, estudou, mas não conseguiu passar nas provas.
Monetização
Um dos assuntos mais discutidos na comunidade de usuários do YouTube é sobre as políticas de monetização na plataforma. Para acalmar os ânimos, a plataforma de vídeos do Google começou a testar um programa-piloto que permite aos criadores vender espaços de anúncios em seu conteúdo diretamente para marcas com as quais já trabalham regularmente.
O experimento por enquanto vem sendo realizado junto a um número extremamente limitado de pessoas e funciona apenas para os acordos entre os produtores e empresas que possuem um histórico de relacionamento. A novidade foi revelada em um vídeo distribuído em janeiro e somente divulgado nesta quinta-feira (27).
“Basicamente, isso significa permitir que um criador venda anúncios diretamente para uma marca. Sabemos que muitas pessoas estão muito interessadas neste tópico, por isso é um piloto muito pequeno agora, mas como temos mais informações, definitivamente vamos compartilhá-lo o mais rápido possível”, adiantou o diretor de gerenciamento de produtos do YouTube, Tom Leung.
Ainda não há muitos detalhes sobre os acordos, e as diretrizes provavelmente terão que passar pela aprovação da Federal Trade Comission (FTC), agência estadunidense que regula o mercado e também atua na defesa do consumidor. Entre os grandes temores, estão o uso de brechas nesse teste para situações de divulgação que sejam redundantes e apenas favoreçam as parcerias, em detrimento da qualidade do conteúdo — por exemplo, por que veicular anúncios em um vídeo que já está mostrando amplamente o mesmo produto ou serviço?
Solução é algo requisitado há muito tempo
O controle sobre os anúncios exibidos em seus vídeos é algo que criadores pedem há muito tempo, principalmente para poder definir melhor suas estratégias de publicidade. Atualmente, as diretrizes do YouTube permitem algumas regalias somente aos seus principais astros, que costumam capitalizar suas receitas com anúncios e com as taxas mais altas de audiência, quantificadas a cada 1 mil espectadores — é claro que as marcas também têm que concordar que o conteúdo seja favorável aos seus propósitos.
Anúncios no YouTube continuam sendo um grande negócio para o Google, que obteve mais de US$ 15 bilhões com essa frente em 2019. Contudo, as políticas de publicidade, o comportamento dos usuários e a própria plataforma não continuam as mesmas por muito tempo, o que obriga os criadores a mudarem suas estratégias constantemente — e depender apenas dos anúncios para monetizar pode ser complicado.
À medida que surgem novas barreiras, outras áreas crescem, como a monetização alternativa, a exemplo do Super Chat, que permite cobrar dos fãs um dinheirinho em lives, bem como os acordos de marca, nas quais produtores fazem parcerias para distribuir publicidade direta em forma de códigos promocionais, além de outras ações, incluindo cobertura de eventos com assuntos específicos — como fez o youtuber David Dobrik com a plataforma de ingressos SeatGeek.