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Brasil Um estudante de medicina disse à polícia que concluiu a redação do Enem 2016 em um posto de gasolina

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O curso de medicina é o principal alvo das fraudes. (Foto: Banco de Dados)

Um estudante da Universidade Federal de Goiás confessou à PC (Polícia Civil) que seu pai trocou uma casa por sua vaga no curso de medicina. O aluno prestou depoimento em 19 de julho e suas revelações serviram de base para a Operação Porta Fechada, deflagrada pela PC na última segunda-feira (30).

A Porta Fechada tinha como alvo o concurso para delegado da Polícia Civil de Goiás. Durante a investigação, os policiais identificaram fraudes também no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016.

O aluno relatou aos investigadores que soube da negociação de sua vaga no dia em que prestou o Enem. À polícia, ele declarou que foi contra a negociação, mas que não desistiu de fazer a prova, porque o pai havia dado uma casa em troca da vaga.

Segundo o estudante, durante o caminho para o local da prova, seu pai o instruiu para que ele respondesse apenas 10 questões nos cartões respostas, no 1.º e no 2.º dias de exame, e escrevesse 10 linhas da redação.

No dia seguinte ao exame, relatou, o vendedor de vagas Gabriel Ribeiro de Araújo ligou, via WhastApp, informou o estudante que ele deveria ir a Brasília terminar a redação do Enem. O aluno da Federal de Goiás narrou à polícia que um interlocutor identificado como Ronaldo Rabelo de Souza ligou, também via WhastApp, dizendo que o pegaria.

Um dia depois, segundo o estudante, um carro ‘popular de cor cinza’ o buscou. No interior do veículo, estavam Ronaldo, no banco do motorista, e também ‘dois meninos e uma menina’.

No depoimento, o aluno afirmou que ‘um pouco antes de Taguatinga’, cidade-satélite de Brasília, o carro parou em um posto de gasolina. Após estacionarem, contou, uma caminhonete também parou no local. Saíram deste outro carro, o vendedor de vaga Gabriel, um homem e uma menina.

De acordo com o estudante, pouco tempo depois, um outro homem chegou ao local e tirou um envelope de dentro da jaqueta. O aluno disse à polícia que lhe foi entregue a mesma redação que ele havia começado no dia da prova do Enem, com apenas 10 linhas preenchidas. Segundo o estudante, ele viu que estava, junto a redação, o cartão-resposta do segundo dia do exame ‘totalmente preenchido’.

O aluno ainda contou que ele e os outros estudantes que estavam em seu carro terminaram a redação no local. Os papeis, segundo o estudante, foram recolhidos pela ‘pessoa de jaqueta’.

Após o resultado do vestibular ser divulgado, o estudante informou que foi aprovado. Na sala de aula, disse ter reconhecido três colegas: os mesmos que terminaram a redação do Enem no posto de gasolina.

 

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