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Um estudo em fase inicial feito pela Universidade Federal de Santa Catarina aponta que vacina tríplice viral pode reduzir sintomas do coronavírus

Cerca de 400 profissionais de saúde voluntários da Grande Florianópolis participaram desta etapa inicial do estudo. (Foto: Freepik)

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) anunciou que os primeiros resultados da pesquisa que analisa o uso da vacina tríplice viral contra o coronavírus mostraram redução dos sintomas. As evidências preliminares da primeira etapa, que teve início em agosto, foram anunciadas nesta quinta-feira (1º).

Cerca de 400 profissionais de saúde voluntários da Grande Florianópolis participaram desta etapa inicial do estudo. Uma parte do grupo recebeu a vacina tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola e faz parte do calendário nacional de imunização. O restante tomou uma substância inativa, um placebo. As pessoas não sabiam quem havia recebido a vacina e quem havia recebido o placebo.

De acordo com a universidade, entre os participantes da pesquisa que foram diagnosticados com a Covid-19, foi observado que:

– entre os vacinados, 83% ficaram assintomáticos;

– entre os que tomaram placebo, o índice caiu para 50% de profissionais sem sintomas.

Para o coordenador do projeto, o médico Edison Fedrizzi, embora longe de ser definitiva, a evidência apontada pelo resultado preliminar mostrou que a vacina pode proteger contra a evolução da doença ou mesmo ajudar na prevenção. A pesquisa tem outras etapas a serem cumpridas, que estão previstas para serem realizadas até dezembro.

Segundo a UFSC, resultados mensais devem ser divulgados até o fim do estudo, que ainda não foi divulgado em nenhuma revista científica. Além deste, a universidade tem outra pesquisa em andamento, que avalia o desempenho da vacina BCG recombinante.

Além dos profissionais da UFSC, o estudo é realizado por pesquisadores do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), com cerca de R$ 100 mil para o desenvolvimento.

Moderna

Com as candidatas a vacina contra a covid-19 sendo desenvolvidas por inúmeras instituições, a questão que vem à mente é a eficácia e a segurança desses imunizantes, principalmente no grupo que mais precisa deles: os idosos. Na última terça (29), a revista científica The New England Journal of Medicine publicou um estudo feito com 40 pacientes que aponta que a vacina mRNA-1273, produzida pela farmacêutica norte-americana Moderna, provocou apenas reações leves ou moderadas nesse grupo de risco.

A pesquisa aconteceu depois que a empresa comprovou segurança entre os participantes de 18 a 55 anos, e então os pesquisadores iniciaram os estudos da fase 1 com participantes mais velhos divididos em dois grupos: 56 a 70 anos e acima de 71 anos. Esses pacientes receberam duas doses, administradas com 28 dias de intervalo.

Dentre as reações desencadeadas pelas vacinas, as mais comuns foram dor de cabeça, fadiga, mialgia, calafrios e dor no local da injeção. Os sintomas vieram, em sua maioria, depois da segunda dose. Vale lembrar que as coletas não param, no entanto, e nem o monitoramento de eventos adversos. Devem continuar até um ano após a última dose.

Os dados do estudo em questão apontam a necessidade de uma segunda dose da vacina para obter anticorpos neutralizantes em participantes com mais de 56 anos. “Embora os tamanhos das amostras em nosso estudo fossem limitados, participantes mais velhos (incluindo aqueles que tinham 71 anos de idade ou mais) tiveram respostas imunológicas à vacina de mRNA-1273 um mês após a segunda dose”, diz o estudo.

Para se ter uma ideia, a vacina da Moderna usa parte do material genético do vírus para estimular o corpo a produzir defesa contra o SARS-CoV-2. A mRNA-1273 é feita como RNA mensageiro (mRNA), capaz de codificar a proteína S da coroa do vírus, e o introduz no corpo com a ajuda de uma nanopartícula de gordura para induzir a proteção natural do corpo.

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