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Rio Grande do Sul Um estudo vai analisar o comportamento da população gaúcha em relação à aids e outras doenças sexualmente transmissíveis

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Em 2002, 0,3% da população entre 15 e 49 anos estava infectada pelo vírus causador da Aids; no ano passado, era 0,6%. (Foto: EBC)

Identificar o nível de conhecimento da população do Rio Grande do Sul conhece a respeito da aids e de outras IST (infecções sexualmente transmissíveis) é o objetivo da PCAP (Pesquisa de Conhecimentos Atitudes e Práticas, que começou a ser realizada nesta segunda-feira (30) e deve prosseguir até meados do ano que vem. O trabalho de campo tem como primeiro cenário as cidades de Pelotas e Capão do Leão, na Região Sul do Estado).

Além de responder a questionamentos, os participantes serão testados para o vírus HIV, sífilis e hepatites do tipo “B” e “C”. Na pauta, a identificação de fatores comportamentais e de informação que contribuem para a manutenção de altos índices de infecção pelo HIV e outras doanças.

“Esta a primeira vez que um estudo desse tipo ocorre no Estado, sendo que com testagem juntamente das entrevistas é a primeira vez no País”, salienta o governo gaúcho.

Trata-se de um estudo de base populacional, com amostra representativa de 56 municípios, onde serão entrevistadas cerca de 8,2 mil pessoas. A iniciativa foi desenvolvida por meio de parceria entre o Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre), SES (Secretaria Estadual da Saúde) e Ministério da Saúde, com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Sistema Único de Saúde).

A médica Maria Letícia Ikeda, coordenadora-adjunta da Política Estadual de IST/Aids, diz que “os resultados da pesquisa servirão de subsídio para as nossas ações de prevenção”.

Segundo ela, “conhecendo como as pessoas se comportam e quais os seus conhecimentos em relação às ISTs e HIV, poderemos trabalhar nas lacunas desses conhecimentos, instrumentalizando as pessoas para um cuidado mais apropriado, contribuindo para a redução dos nossos índices que, embora venham reduzindo, ainda se encontram em patamares acima dos nacionais”.

Para o superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luis Eduardo Ramos Mariath, além de ampliar a testagem da população gaúcha com relação às infecções sexualmente transmissíveis, o foco da pesquisa é compartilhar subsídios que possam embasar políticas públicas de prevenção e atendimento.

“É nosso compromisso utilizar da expertise do Hospital Moinhos de Vento para contribuir com o desenvolvimento da ciência nacional e apoiar o setor público para chegar às melhores decisões, que irão impactar diretamente na vida das pessoas que mais precisam”, destaca.

A epidemiologista Eliana Wendland, coordenadora do projeto, reforça que além de direcionar as ações de controle da epidemia de HIV/aids, sífilis e hepatites virais no Rio Grande do Sul, o projeto fortalece a vigilância epidemiológica dessas doenças.

“A estratégia de ir até a casa das pessoas vai facilitar o acesso aos testes sorológicos. É importante a resposta à entrevista, pois permitirá identificar grupos de maior risco, servindo de subsídio para o desenvolvimento de estratégias de prevenção direcionadas a estas populações”, conclui.

Estatística

Conforme os dados de 2019, o Rio Grande do Sul se mantém em terceiro lugar no ranking nacional de casos de aids, com 28,3 casos para 100 mil habitantes, tendo reduzido 34,6% nos últimos 10 anos. Em 2009, foram 43,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

No que diz respeito à mortalidade, a taxa estadual também foi reduzida em 35% nos últimos dez anos, passando de 11,7 por 100 mil em 2008 para 7,6 por 100 mil no ano passado. Essa taxa segue superior à média nacional, mas pela primeira vez saiu da primeira colocação no ranking.

(Marcello Campos)

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