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Por Redação O Sul | 13 de abril de 2019
Depois de mover esforços no Legislativo em defesa da reforma da Previdência, o ativismo de empresários reunidos no movimento chamado Brasil 200 parte agora para o Judiciário, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
Uma coordenadora do movimento em Santa Catarina protocolou na quarta-feira (10) no Senado um pedido de impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. Sabrina Avozani, autora do pedido de impeachment, escreve que Gilmar Mendes profere suas decisões com “parcialidade” e “atua em benefício de investigados e de partidos políticos”.
O movimento Brasil 200 é liderado por Flávio Rocha (Riachuelo) e tem nomes como Luciano Hang (Havan) e João Appolinário (Polishop). “A conduta recente do ministro do Gilmar Mendes não é condizente com o cargo”, diz Gabriel Kanner, que dirige o movimento Brasil 200.
A Folha de S.Paulo revelou, em dezembro, que disparou nos últimos anos o número de requerimentos de impeachment de componentes do STF. Foram 23 entre 2015 e o fim de 2018. O ministro com mais pedidos de afastamento no período foi Gilmar Mendes, com dez.
Recentemente, o grupo de empresários atuou no Legislativo, com o lançamento da Frente Parlamentar Brasil 200 e um termo de cooperação com o Ministério de Direitos Humanos. O movimento Brasil 200 assume o pedido de impeachment de Gilmar Mendes como parte das iniciativas do grupo. Mas nem todos os membros concordam com a solicitação para a queda do ministro.
Após a publicação da informação, o empresário Luciano Hang disse que, embora ele se identifique com o Brasil 200 nos esforços pela reforma da Previdência, não concorda com o pedido de impeachment do ministro.
“Jamais pediria o impeachment de um ministro do Supremo. Os três Poderes são autônomos e eu confio nos três Poderes. Jamais fui a uma passeata contra o Gilmar”, disse. Hang afirmou que Appolinário e Rocha também não são signatários do abaixo assinado pela solicitação de impeachment. “Esse movimento Brasil 200 é como se fosse uma grande empresa. Alguém tomou uma decisão, e nós [dissemos]: ‘Opa, opa, tira o nosso nome dali'”, disse o dono da Havan.
A assessoria de imprensa do Movimento Brasil 200 divulgou uma nota nesta sexta-feira (12). O texto reitera que o pedido de impeachment é da coordenadora do movimento Brasil 200 no Estado de Santa Catarina e diz que os empresários que fazem parte do grupo “não têm qualquer relação com essa petição”.