Um grupo de cerca de 50 militares da reserva das Forças Armadas organizou um protesto nesta segunda-feira (14), em frente ao Ministério da Defesa, em Brasília, para pedir emprego ao presidente Jair Bolsonaro, que almoçava no local. Vestidos de preto, eles seguravam faixas com a reivindicação de serem reintegrados aos quadros da Força Nacional. Em uma delas, pedem que Bolsonaro “ajude” seus soldados a serviço da pátria. Nos gritos de guerra, entoaram o lema do governo “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Em outra faixa, destacam que a Lei 13.500 de 2017 garante a permanência nos quadros da Força Nacional até 2020. “Cumpra-se a lei”, diz o cartaz. Também reclamam que cerca de 600 reservistas qualificados foram “descartados em plena crise na segurança pública” no ano passado, durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Eles foram selecionados por meio de edital, mas foram desmobilizados, ficando sem remuneração.
“Eles nos qualificaram, nos tornaram técnicos e nos mandaram embora. Estamos nos oferecendo para trabalhar”, disse o tenente José Fernandes Uchôa, representante dos militares da reserva que ingressaram na Força Nacional.
Outra alegação, entoada nos gritos de guerra, é que o grupo estaria em risco e sem respaldo do Estado, porque atuou na segurança dos Estados, entre eles o Rio de Janeiro, que passou por intervenção federal.
Previdência
O novo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, defendeu na sexta-feira (11) que os militares fiquem de fora da reforma da Previdência que deve ser apresentada pelo governo Jair Bolsonaro.
O oficial deu a declaração em uma entrevista concedida após a cerimônia na qual assumiu o comando do Exército.
Atualmente, os militares já têm um regime previdenciário próprio. Eles não fazem parte dos modelos previdenciários dos funcionários da iniciativa privada e do funcionalismo.
Um primeiro esboço da nova proposta de reforma da Previdência deve ser apresentado nas próximas semanas a Bolsonaro.
O presidente já declarou que pretende encaminhar o projeto ao Congresso Nacional em fevereiro, quando os parlamentares retornam das férias.
Em vários países do mundo, como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Itália, os militares também têm regime de aposentadoria diferente do dos trabalhadores civis.
“Olha, a nossa intenção, minha como comandante do Exército, nós não devemos modificar o nosso sistema, se perguntarem a minha opinião como comandante do Exército”, afirmou Pujol aos jornalistas no início da tarde de sexta.
O general disse, entretanto, que os militares estão “sempre prontos a colaborar com a sociedade”.
“Os militares sempre tiveram a participação no esforço da nação. Inclusive, há quase 20 anos atrás, nós fomos os únicos que nos modificamos para nos sacrificarmos em prol disso aí. Os outros setores da sociedade não se modificaram. Havia uma intenção, mas nós fomos os únicos a nos modificarmos e fazer o sacrifício. Estamos sempre prontos a colaborar com a sociedade”, declarou o general, que assumiu o comando do Exército no lugar do general Eduardo Villas-Bôas.