Terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2020
Um médico do Distrito Federal foi suspenso pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) após anunciar a venda de um medicamento que promete “imunidade de leão” contra o novo coronavírus. Com a decisão, Pedro Henrique Leão fica impedido de exercer a medicina até o julgamento do processo.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o médico anunciava a venda do kit para ajudar no combate à Covid-19. O medicamento seria produzido e comercializado em parceria com uma farmácia de manipulação do Distrito Federal.
A fórmula foi desenvolvida em três versões: para menores de 15 anos, pessoas entre 16 e 49 anos e para quem tem idade acima de 50 anos. Os medicamentos chegavam a custar 1.266 reais.
Na internet, Pedro Henrique negou que tenha feito promessas em relação à cura do coronavírus. A defesa do médico disse ainda que a suspensão pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal foi “precipitada e desproporcional”, e que vai tentar reverter a decisão.
Registro suspenso
A interdição do médico foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal de terça-feira (31). Em nota, o Conselho Regional de Medicina afirmou que a medida pretende “prevenir possíveis novos danos causados pelo médico à população”, explica.
Em entrevista à TV Globo, o conselheiro do CRM Cristofer Martins, afirmou que o conteúdo da mensagem do médico pode ser interpretado como desrespeito às normas médicas legais.
“A publicidade deve ter uma conotação exclusivamente de esclarecimento da sociedade. Divulgar assunto médico de forma sensacionalista promocional que não corresponde à verdade do conteúdo inverídico pode ser interpretado como infração ética da medicina”, destacou o conselheiro Cristofer.
Por telefone, funcionários da farmácia de manipulação responsável pela produção e comercialização do medicamento afirmaram que nenhum kit foi vendido. “Fizemos algumas fórmulas, mas não vendemos porque suspendemos a venda”, disseram os atendentes.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que o caso é investigado pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor.