O auxílio emergencial pago pelo governo federal é alvo de um novo golpe aplicado por hackers. Segundo o alerta dado nesta sexta-feira (11) pela Polícia Federal (PF), os criminosos enviam uma falsa mensagem por e-mail com o intuito de roubar dados de usuários dos sistemas da Caixa Econômica Federal.
A mensagem, segundo a PF, sugere que o beneficiário faça um falso procedimento de segurança para não perder o acesso ao auxílio emergencial, aos caixas eletrônicos, ao site e ao aplicativo da Caixa. A justificativa dada para convencer o usuário a fazer o que está sendo pedido é um suposto ao aumento do número de fraudes registrado em agosto deste ano.
Segundo especialistas, é comum uma disseminação mais ampla de golpes quando um determinado assunto está em evidência. Foi o caso do auxílio emergencial, com o recente anúncio do governo federal de que o pagamento será prorrogado até dezembro, com mais quatro parcelas de R$ 300.
Como funciona
No fim do texto enviado, os bandidos pedem que o internauta clique em um botão e siga os procedimentos apresentados em tela. Quando o processo é concluído, o dispositivo pessoal (computador ou celular) é infectado com programas maliciosos que capturaram informações pessoais, a exemplo de dados bancários e senhas, assim como fotos e vídeos.
Em casos como este, a recomendação é nunca clicar em links para impedir a instalação de programas enviados por e-mail, SMS ou WhatsApp. Em caso de dúvida, o interessado deve entrar contato com o banco para saber se há alguma pendência em seu cadastro ou alguma informação a ser atualizada.
Os bancos não costumam enviar e-mails sobre questões de segurança aos clientes. No caso do auxílio emergencial, a comunicação da Caixa com o beneficiário é feita pelo aplicativo Caixa Tem.
Se o usuário é vítima de um golpe dessa natureza, é importante também fazer o registro em uma delegacia policial.
Caixa
Recentemente, a PF realizou uma operação para apurar fraudes no auxílio emergencial. O alvo da ação seria responsável por difundir formas de fraudar os benefícios, além de ameaçar e divulgar dados do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. De acordo com a PF, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa do investigado, em Três Pontas (MG). Ele foi conduzido à Delegacia da Polícia Federal, em Varginha (MG), onde foi ouvido e liberado.
Em julho, a PF abriu o inquérito para apurar invasões ao celular de Pedro Guimarães, que foi alvo de ataques e teve informações pessoais vazadas.
Ainda segundo a PF as ameaças a Guimarães ocorreram depois que ele alertou a população sobre a existência de golpes e declarou que iria intensificar a ação dos fraudadores. Estão sendo apurados os crimes de estelionato, ameaça e divulgação de dados sigilosos.
Na época, o presidente da Caixa disse que “centenas de milhares” de contas poupança digital do banco, movimentadas pelo Caixa Tem e usadas para o crédito do auxílio emergencial, foram suspensas por suspeita de fraude.
A investigação apurou que o alvo da operação usava dados de outras pessoas para conseguir acesso a valores do auxílio emergencial do governo federal, no valor de R$ 600. Segundo a PF, Guimarães e seus familiares foram ameaçados depois que o presidente do banco alertou a população sobre a existência de golpes e declarou que iria intensificar as medidas para impedir a ação dos fraudadores.