Um novo procurador da República assumiu a investigação sobre o plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Depois de pedir o arquivamento do inquérito na esfera federal e sugerir a transferência do caso para o Ministério Público de São Paulo, o procurador José Soares foi substituído pelo colega Adrian Pereira Ziemba.
A primeira manifestação do novo procurador foi pela conversão da prisão temporária de Reginaldo Oliveira de Sousa, o Re, em preventiva – o que foi deferido pela juíza Gabriela Hardt, substituta na 9ª Vara Federal Criminal de Curitiba. A prisão preventiva não tem prazo para acabar.
A investigação começou no início de fevereiro, depois que um ex-integrante da facção jurado de morte delatou o plano. Este foi frustrado pela Polícia Federal (PF) na Operação Sequaz, deflagrada no mês passado. Nove pessoas ligadas ao PCC foram presas.
Os próximos passos incluem a tomada de depoimento dos suspeitos presos e a perícia nos celulares, computadores e documentos apreendidos pela PF. A Operação Sequaz apontou que a facção planejava atentados contra autoridades – além de sequestrar e matar Moro, também estava na mira o promotor paulista Lincoln Gakyia.
O procurador responsável inicialmente pelo inquérito defendeu que o caso deveria ser remetido para São Paulo porque o plano foi descoberto pelo Ministério Público estadual.
Caso
Em 22 de março, a Polícia Federal prendeu ao menos nove pessoas suspeitas de integrar uma facção criminosa que planejou a morte de agentes públicos e autoridades, entre elas Moro.
A Operação Sequaz cumpriu 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão nos Estados de São Paulo, Paraná, Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. Dos nove presos, seis foram detidos na região de Campinas (SP) após a execução de mandados de prisão, além de um homem preso em flagrante com documento falso. Outras duas pessoas foram presas em Guarujá (SP) e São Paulo.
A facção age inclusive dentro dos presídios e fora do País. Quando era ministro de Segurança Pública, no governo Bolsonaro, Moro determinou a transferência do chefe da facção, o Marcola, e outros integrantes para presídios de segurança máxima. À época, o senador defendia o isolamento de organizações criminosas como forma de enfraquecê-las.