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Por Redação O Sul | 11 de abril de 2020
Um homem com suspeita de covid-19, doença causada pelo novo tipo de coronavírus, fugiu do hospital São Vicente, em Jundiaí, interior de São Paulo, no fim da tarde de ontem. Menos de 24 horas depois da fuga ele foi encontrado pela Guarda Municipal e levado de volta para a unidade hospitalar.
De acordo com a Guarda Municipal, a equipe de enfermagem do hospital relatou que o homem, que não teve a identidade revelada, estava com comportamento agressivo e fugiu usando apenas a camisola do hospital. Um boletim de ocorrência foi registrado e a guarda passou a procurar por ele.
Na ficha cadastral do hospital, o homem não revelou o seu endereço. Ele disse aos médicos apenas que morava em um barraco, mas que costumava passar grande parte do tempo perambulando pelas ruas da cidade. Na manhã de hoje, durante patrulhamento, o paciente foi encontrado no bairro Vila Aparecidinha, em um local conhecido “cracolândia”, muito frequentado por usuários de drogas.
Ainda segundo a Guarda Municipal, ele confessou que é usuário de drogas e havia ido até o local em busca de entorpecentes. O homem está internado há 10 dias com sintomas como febre alta, falta de ar e tosse. Ele fez o teste para diagnosticar se ele está com coronavírus e aguarda resultado. O homem foi levado novamente ao hospital, onde segue fazendo tratamento médico.
A cidade de Jundiaí já registrou duas mortes por covid-19. As duas foram registradas esse mês e as vítimas são dois idosos, um de 68 anos e outro de 72. O município também tem 30 casos confirmados da doença. Além disso, a cidade tem 178 casos suspeitos do novo coronavírus e 18 mortes suspeitas que aguardam resultados de exames.
Fila
A Prefeitura de São Paulo diz aguardar os resultados de testes para coronavírus de 670 mortes acontecidas na cidade por síndrome respiratória aguda grave, o que deve elevar o número de mortes causadas pela pandemia na capital paulista, que era de 422 até este sábado (11). No Brasil, mais de mil mortes por coronavírus já foram registradas.
O secretário de Saúde municipal, Edson Aparecido, disse que não saberia estimar quantas dessas 670 mortes deverão ser atribuídas ao coronavírus com base no retorno que tiveram até o momento de outros exames.
“Não dá para dizer que todas as 670 foram de Covid-19, já tivemos resultados de influenza antes, mas com certeza parte significativa delas, sim. A situação é pior do que mostram os números, está agravando e, com o afrouxamento do isolamento, pode piorar ainda mais”, afirma.
Até o momento, o governo do estado de SP já fez testes em 1.369 pessoas que morreram com SRAG, e 371 delas estavam com coronavírus, taxa de 27%. A prefeitura diz que os exames das 670 pessoas que morreram estão no Instituto Adolfo Lutz, mas o governo do estado diz que não constam em seu sistema.
O governo acha, então, que é possível que os testes tenham sido enviados antes da morte dessas pessoas. Dessa forma, fariam parte da fila de mais de 17 mil testes que aguardam resultado. Atualmente, o Adolfo Lutz analisa 75 testes de pessoas que morreram com SRAG, diz Paulo Menezes, coordenador do controle de doenças da secretaria estadual de Saúde.