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Um programa da CIA rastreia a localização de aparelhos ligados a redes de Wi-Fi

O jornalista australiano Julian Assange é o principal editor e porta-voz do WikiLeaks. (Foto: Reprodução)

O WikiLeaks revelou nesta quarta-feira (28) que a CIA, agência de inteligência americana, utiliza um programa de computador para rastrear aparelhos que tenham conexão com redes de Wi-Fi. Com isso, a organização pode observar os hábitos de deslocamento de possíveis suspeitos.

Segundo os documentos publicados, o malware Elsa é instalado na máquina alvo através de outras estratégias da agência, e depois consegue identificar a posição mesmo que não exista conexão com a internet. É necessário apenas que a função Wi-Fi esteja ligada.

O programa rastreia diversas informações das redes próximas ao aparelho em intervalos regulares.

Se conseguir conexão com a internet, automaticamente tenta utilizar bases de dados de geolocalização do Google ou da Microsoft para estabelecer a posição exata da máquina, com longitude e latitude e horário.

As informações ficam registradas no aparelho, e devem ser acessadas por outros métodos desenvolvidos pela agência.

O que é WikiLeaks?

WikiLeaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica, em sua página, postagens de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis.

A página foi construída com base em vários softwares, incluindo MediaWiki, Freenet, Tor e PGP. Apesar do seu nome, a WikiLeaks não é uma wiki ─ leitores que não têm as permissões adequadas.

A página foi lançada em dezembro de 2006 e, em meados de novembro de 2007, já continha 1,2 milhão de documentos. Seu principal editor e porta-voz é o australiano Julian Assange, jornalista e ciberativista.

Ao longo de 2010, o WikiLeaks publicou grandes quantidades de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos, com forte repercussão mundial. Em abril, divulgou um vídeo de 2007, que mostra o ataque de um helicóptero Apache estadunidense, matando pelo menos 12 pessoas – dentre as quais dois jornalistas da agência de notícias Reuters – em Bagdá, no contexto da ocupação do Iraque. O vídeo do ataque aéreo em Bagdá é uma das mais notáveis publicações da página.

Outro documento polêmico mostrado pela página é a cópia de um manual de instruções para tratamento de prisioneiros na prisão militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba. Em julho do mesmo ano, WikiLeaks promoveu a divulgação de uma grande quantidade de documentos secretos do exército dos Estados Unidos, reportando a morte de milhares de civis na guerra do Afeganistão em decorrência da ação de militares norte-americanos. Finalmente, em novembro, publicou uma série de telegramas secretos enviados pelas embaixadas dos Estados Unidos ao governo do país.

Como aliados, atraiu os meios tradicionais El País, Le Monde, Der Spiegel, The Guardian e o The New York Times, com o intuito de divulgar conteúdo secreto da diplomacia americana.

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