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Um relatório da Secretaria Estadual da Saúde garante que nenhum gaúcho ficou sem leito hospitalar desde o início da pandemia

Dados indicam que nem o período mais crítico, de maio a agosto, resultou em falta de vagas na rede gaúcha. (Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini)

Durante audiência pública promovida nesta quarta-feira (7) por comissão temática da Assembleia Legislativa, a titular da SES (Secretaria Estadual da Saúde), Arita Bergmann, apresentou um relatório assegurando que nenhum paciente ficou sem atendimento em leito hospitalar desde a chegada do coronavírus ao Rio Grande do Sul, em março. A informação consta na prestação de contas referente ao segundo quadrimestre.

Ela frisou que nem mesmo a alta demanda no período mais crítico da pandemia – maio a agosto – resultou em falta de vagas. “Houve até uma folga de leitos, pois o Estado ampliou de 933 para 1.882 o número de leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva], uma alta de 102%.

Arita também detalhou uma série de várias ações, com destaque para a abertura dos hospitais de Santa Maria (Centro do Estado) e Guaíba (Região Carbonífera), além da UTI no Hospital de Charqueadas (na mesma área). Também mencionou a abertura de 40 leitos de UTI na Região da Costa Doce e a ampliação da testagem para coronavírus e a compra de 230 respiradores artificiais.

Em relação ao último quadrimestre do ano, a secretária considera que um dos principais desafios é “resgatar o pleno funcionamento das unidades prestadoras de serviço e hospitais, para que a população volte a ser atendida, já que parou de buscar atendimento durante a pandemia”.

Ainda sobre os leitos, Arita Bergmann salientou que a discussão se volta para um plano de que os novos leitos sejam permanentes e possam atender não apenas Covid, mas outras enfermidades: “Estamos identificando quais destes leitos habilitados temporariamente são estratégicos para continuar em funcionamento, que preenchem vazios assistenciais e têm interesse público, e, também, qual será o valor de custeio recebido pelo Ministério da Saúde”.

Pior cenário não se confirmou

Já a diretora do Daha (Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial) da SES, Lisiane Fagundes, lamentou as mortes ocorridas no território gaúcho em decorrência da doença (mais de 5 mil até esta quarta-feira). Mas destacou que nenhuma delas ocorreu por falta de assistência hospitalar adequada:

“Conseguimos, por meio do SUS [Sistema Único de Saúde], atender a toda população que necessitou de atenção especializada para o coronavírus. Não perdemos vidas por falta de acesso. Conseguimos manter um dos menores índices de óbitos em relação ao resto do Brasil graças ao trabalho integrado de todos os setores da secretaria e do governo do Estado, assim como o apoio da população, dos deputados, do Ministério da Saúde, e demais entidades”.

O diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade, reforçou que a expectativa era de que o Rio Grande do Sul fosse um dos piores Estados em índices de óbitos, devido ao nosso inverno rigoroso, mas, graças a muito trabalho, não foi isso que aconteceu. “Teremos agora que voltar às atenções a outras áreas da saúde, que ficaram em segundo plano”, afirmou o diretor.

Neste sentido, foi destacado o aumento de leitos especializados em saúde mental e a organização da regulação desta especialidade. “Antes, tínhamos regulação para agravos de saúde mental apenas na Região Metropolitana e estamos expandindo para todas as regiões, além da contratação de mais profissionais desta área”, completou Elsade.

Em relação à testagem para Covid-19, a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Tani Ranieri, esclareceu que, durante o período, houve um aumento de 66% na capacidade diária de realização de exames da modalidade RT-PCR (biologia molecular) por meio do programa “Testar RS”. De 1° de maio a 31 de agosto, foram realizados 39.361 procedimentos desse tipo.

(Marcello Campos)

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