A pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a polícia suíça prendeu, na quarta-feira, em Zurique (Suíça), sete dirigentes da Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin. No total, 14 pessoas foram indiciadas por corrupção.
As acusações estão relacionadas a um grande esquema de corrupção dentro da Fifa (Federação Internacional de Futebol) nos últimos 24 anos, envolvendo fraude, extorsão, lavagem de dinheiro e propinas no valor de 150 milhões de dólares (cerca de 450 milhões de reais) ligados a Copas do Mundo e acordos de marketing e de transmissão de jogos pela televisão. Os mundiais da Rússia (2018) e do Qatar (2022) são alvos da investigação de agentes do FBI (a polícia federal americana).
Entenda o escândalo.
A Fifa, as confederações de futebol dos continentes e as federações de cada país ganham dinheiro comercializando os direitos de transmissão e divulgação dos eventos.
Segundo a investigação, empresas de marketing esportivo pagavam propina aos dirigentes de futebol. E, em troca, conseguiam os contratos. Depois, revendiam os direitos para as empresas de mídia de todo o mundo interessadas em transmitir as partidas e os campeonatos.
Marin teria recebido 20 milhões de reais de propinas relativas à venda de direitos de exploração comercial da Copa América e da Copa do Brasil.
Todos os indiciados foram banidos do futebol pela Fifa até que consigam provar inocência. Os acusados devem ser extraditados para os EUA, onde vão responder a processos que podem resultar em 20 anos de prisão.
Brasileiros.
Três brasileiros estão implicados no esquema de corrupção, de acordo com o departamento de Justiça dos EUA. Além de Marin, a Justiça americana diz que José Hawilla, dono da Traffic Group, maior agência de marketing esportivo da América Latina, confessou os crimes. O terceiro brasileiro investigado pelo FBI é José Lazaro Margulies, proprietário das empresas Valente Corp. e Somerton Ltd., ambas ligadas a transmissões esportivas.