Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2018
Uma ação policial conjunta realizada nesta sexta-fera (23) localizou um túnel de 44 metros de extensão na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima, a mesma onde houve um massacre de 33 presos em janeiro de 2017.
Segundo a Dicap (Divisão de Inteligência e Captura), detentos da maior unidade prisional de Roraima planejavam cometer mais uma fuga em massa. Participaram da operação, policiais militares do Bope, agentes da Dicap e da penitenciária.
A última fuga no presídio é recente, ocorreu em 19 de janeiro. Cerca 90 detentos escaparam da penitenciária por um túnel que já havia sido descoberto, mas não foi bloqueado. Mais da metade dos fugitivos foram capturados, conforme a Dicap.
Com 44 metros de distância, o túnel, que fica entre as alas 3 e 5, tinha 6 metros de profundidade. O barro retirado da escavação era colocado em cima do prédio que abriga os presos.
Não foi informado como eles conseguiram subir até a estrutura e nem que tipo de ferramentas foram usadas para abrir o túnel.
De acordo com a Sejuc (Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania), responsável pelo sistema prisional em Roraima, a entrada do túnel estava fechada por uma tampa de concreto, barro e muito lixo. Mas, segundo a Sejuc, nenhuma fuga foi registrada.
“Não identificamos ainda os presos que cavaram o túnel, mas encontramos anotações da facção criminosa que atua no presídio. O material será entregue a inteligência da Sejuc”, conta um servidor da secretaria, acrescentando que em 2017 foram impedidas oito fugas na unidade.
Segundo ele, a Dicap levantou informações de que presos estariam planejando uma nova fuga. “Quando descobrimos, agimos. O túnel não havia atravessado a muralha ainda. Nenhum preso escapou. Seria outra fuga em massa”, ressalta o servidor.
“Alguns presos faziam barulho do outro lado do presídio [Cadeião], enquanto outro grupo escavava sem chamar atenção”, explica.
Conforme a Sejuc, o trabalho para destruir o túnel de aterrar com concreto já teve início e adianta que, as entrega de materiais de familiares para presos foi suspensa provisoriamente.
“Todo o efetivo do plantão foi empregado para auxiliar a Polícia Militar no que fosse necessário para realizar as buscas”, informou.
A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é a maior unidade prisional do Estado, e abriga cerca de 1.200 homens, embora a capacidade seja de apenas 650 detentos.
O ato de maior violência registrado dentro da unidade ocorreu em janeiro de 2017, quando 33 presos foram brutalmente assassinados.