Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2018
Um avião que estava a caminho de Dallas, no Texas (EUA), teve que dar meia-volta e retornar ao aeroporto de Seattle, em Washington, quando a tripulação se deu conta de que um coração humano, que deveria ter sido retirado naquela cidade, continuava a bordo.
O incidente aconteceu no voo 3606 da Southwest Airlines, no domingo (9). Segundo o jornal “Seattle Times”, os passageiros foram surpreendidos quando o capitão anunciou no sistema de som que eles seriam obrigados a retornar ao ponto de partida e explicou o motivo.
O coração teve como origem a cidade de Sacramento, e deveria ter ficado em Seattle, onde seria recebido por um hospital, de acordo com a companhia aérea, que não soube especificar se ele seria usado em um transplante. A empresa também não conseguiu dizer se a vida de algum paciente correu risco pelo atraso.
Ainda segundo o “Seattle Times”, os passageiros ficaram mais preocupados com a questão do tempo, que poderia inviabilizar o uso do coração, do que com o atraso em sua própria viagem.
Depois de três horas de voo, o avião pousou em Seattle, segundo um comunicado assinado pelo porta-voz da Southwest Airlines, Dan Landson, e a “carga vital” foi desembarcada. Ele explicou que a companhia decidiu que a aeronave deveria retornar porque era “absolutamente necessário entregar a remessa ao seu destino o mais rápido possível”.
A empresa aérea não divulgou o nome de quem despachou o coração, informando apenas que era uma companhia especializada em remessas que são “essenciais para a vida”, o que pode significar órgãos para transplante, medicamentos ou equipamentos especiais para tratamentos de urgência.
O jornal também não conseguiu identificar qual hospital de Seattle seria o destino do coração. O transporte de órgãos em aviões comerciais é raro, e na maioria das vezes as viagens são feitas em voos particulares justamente para que o material chegue dentro do tempo limite.
Segundo o passageiro Andrew Gottschalk, todos que estavam a bordo tiveram diversas reações ao ouvir do piloto o motivo pelo qual deveriam voltar ao ponto de partida.
“A primeira reação foi de choque. Um coração humano sendo transportado em um voo comercial? Mas a reação seguinte foi de bondade, porque todos a bordo ficaram felizes em salvar uma vida”, disse o médico ao jornal “Seattle Times”.
Gottschalk relatou ainda que alguns passageiros com conexão à internet começaram a pesquisar quanto tempo um coração poderia ficar fora de um corpo e ainda assim ser viável para um transplante, e ficaram aterrorizados ao saber que esse intervalo é de quatro a seis horas. O avião ficou cerca de três horas no ar até pousar novamente no aeroporto de Seattle.