Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2019
O Corpo de Bombeiros informou na tarde desta sexta-feira (25) que 7 pessoas morreram após o rompimento de três barragens na Mina Feijão, em Brumadinho (MG), e aproximadamente 150 pessoas estão desaparecidas. O número pode aumentar. A estrutura, que pertence à Vale, liberou no meio ambiente um volume ainda desconhecido de rejeitos de mineração.
O Hospital João XXIII, instituição pública vinculada ao Estado de Minas Gerais e sediada em Belo Horizonte, acionou um plano de atendimento para múltiplas vítimas de catástrofes. Até o momento, a instituição confirmou a chegada de duas pacientes, de helicóptero.
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que o SCO (Sistema de Comando de Operações) está estruturado no Centro Social do Córrego do Feijão, em Brumadinho. “Vários órgãos, principalmente de segurança pública, estão no local e em reunião neste momento definindo as estratégias de atendimento”, diz a nota.
Ao lado do Centro Social do Córrego do Feijão, há um campo de futebol que está sendo usado como área de avaliação e triagem das vítimas para atendimento médico, além de estacionamento de viaturas. Também foi estruturado um posto para arrecadação de alimento na Faculdade Asa de Brumadinho.
O Corpo de Bombeiros informou que está atuando com 51 militares, e que contam ainda com seis aeronaves.
O Corpo de Bombeiro alerta os órgãos de imprensa, que estão utilizando drones, pois estariam atrapalhando o sobrevoo das aeronaves da corporação. “As aeronaves estão resgatando inúmeras pessoas ilhadas em diversos pontos a todo momento”.
Rejeito atingiu o Rio Paraopeba
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o rejeito que vazou da Mina Feijão atingiu o Rio Paraopeba às 15h50.
A Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) divulgou nota informando que às 13h37 foi comunicada do rompimento pelo gerente de segurança e emergências ambientais da Vale. Equipes do Núcleo de Emergência Ambiental da Semad se deslocaram para o local do acidente.
“O empreendimento, e também a barragem, estão devidamente licenciados, sendo que, em dezembro de 2018, obteve licença para o reaproveitamento dos rejeitos dispostos na barragem e para seu descomissionamento [encerramento de atividades]. A barragem não recebia rejeitos desde 2014 e tinha estabilidade garantida pelo auditor, conforme laudo elaborado em agosto de 2018. As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo governo de Minas”, informou a pasta.
Municípios vizinhos a Brumadinho divulgam alertas
As prefeituras de municípios vizinhos a Brumadinho e cortados pelo Rio Paraopeba alertaram a população sobre o risco de uma súbita elevação do nível da água e recomendaram que as pessoas se afastem do rio. Além disso, as autoridades municipais já se mobilizam para enfrentar eventuais impactos que o rompimento na Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, pode causar.
Em Mário Campos, cidade vizinha a Brumadinho, moradores de três bairros localizados às margens do rio estão sendo orientados a deixar suas casas preventivamente. Segundo a procuradora municipal, Patrícia Natália Elias, policiais militares percorreram os bairros alertando sobre o risco da súbita elevação do nível da água.
De acordo com a procuradora, a Escola Municipal Antônio Pinheiro Diniz, na região central, está sendo preparada para receber quem tenha que deixar sua casa e não tenha para onde ir.
Além da preocupação com os moradores dos três bairros, a prefeitura usou as redes sociais e os veículos de comunicação locais para alertar a população, em geral, a não acessar o leito do Rio Paraopeba “de forma alguma”. Agentes da Defesa Civil estão monitorando o rio e, de acordo com Patrícia, até o momento, os dejetos e a lama que chegaram ao curso d´água após o rompimento da não atingiram os limites de Mário Campos. A água que a população deste município consome é captada no Paraopeba.
Outras cidades mais distantes também emitiram alertas para a população. A prefeitura de Juatuba divulgou um comunicado nas redes sociais e meios de comunicação locais conclamando a população a estar atenta.
Seguindo o curso do rio, a prefeitura de Pará de Minas também alertou as pessoas para que não fiquem às margens do rio. “Há a possibilidade de o nível da água subir repentinamente”, avisa a nota da prefeitura, garantindo que “está trabalhando para manter o abastecimento da cidade e que tomará as medidas necessárias para não causar transtornos à população”.
A prefeitura de São Joaquim de Bicas instruiu a população que vive às margens do Rio Paraopeba a evacuar a área por medida de segurança. O município de Juatuba, que limita com Brumadinho, também emitiu alerta aos moradores do bairro Francelinos.
O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, divulgou um vídeo nas redes sociais e pediu atenção aos riscos de inundação.