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Por Redação O Sul | 19 de abril de 2019
O incêndio que destruiu parcialmente a catedral de Notre-Dame exigirá um amplo e duradouro trabalho de reconstrução. Enquanto isso, porém, católicos e turistas impossibilitados de visitar o monumento serão recebidos numa “catedral efêmera” de madeira, a ser erguida na praça em frente à Notre-Dame.
“Não será necessário dizer que a catedral ficará fechada por cinco anos”, disse Patrick Chauvet, reitor da catedral, em entrevista à emissora francesa CB News nesta quinta-feira (18). “Este foi o motivo por que perguntei se uma catedral efêmera poderia ser construída.”
“Quero um lugar agradável, um lugar que seja um pouco simbólico, que atraia”, disse Chauvet. O religioso pretende dar a fiéis e turistas um ambiente de consolo e no qual possam se reunir próximos da Notre-Dame.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, apoiou a ideia e concordou em disponibilizar parte da esplanada à Igreja para uma estrutura de madeira.
Chauvet explicou que a catedral provisória de madeira deve abrigar sacerdotes dispostos a dialogar com devotos e também servir para receber alguns dos cerca de 13 milhões de turistas que visitavam a catedral gótica a cada ano.
Ainda de acordo com o reitor, a construção da catedral de madeira será feita rapidamente, assim que a esplanada estiver liberada pelas autoridades, e a construção provisória ficará no local até a reconstrução completa da Catedral de Notre-Dame.
Na terça-feira (16), o presidente da França, Emmanuel Macron, estabeleceu uma meta de cinco anos para a conclusão dos trabalhos de reconstrução. Uma campanha de arrecadação lançada pelo governo francês já angariou quase 1 bilhão de euros em promessas de doações.
O desabamento da chamada flecha, torre de 93 metros, foi uma das imagens mais marcantes do incêndio.
Concurso
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, anunciou na quarta-feira (17) o lançamento de um concurso internacional para a reconstrução da “flecha” da Catedral de Notre-Dame, segundo a agência de notícias France Presse.
A flecha, a torre mais alta da catedral, foi destruída pelo incêndio que a atingiu na segunda.
“A competição internacional nos permitirá questionar, até mesmo, se deveríamos recriar a torre como foi concebida por Viollet-le-Duc ou se, como é frequentemente o caso na evolução do patrimônio, devemos dotar a Notre-Dame de uma nova torre”, disse o primeiro-ministro aos repórteres, segundo a Reuters.
O arquiteto Viollet-le-Duc, então com 30 anos, foi contratado em 1844 para construir uma nova espiral para a Notre-Dame, de acordo com o jornal americano “The Washington Post”. A torre anterior, diz o jornal, havia sido removida entre 1786 e 1791, depois que séculos de danos provocados pelo vento a deixaram à beira do colapso.
Philippe também afirmou, de acordo com o jornal britânico “The Guardian”, que a competição quer dar à Notre-Dame “uma torre adaptada às técnicas e desafios de nossos tempos”. Ele disse que as autoridades ainda não estimaram o custo total do trabalho de renovação. Também não há, por enquanto, mais detalhes sobre o concurso.
A própria Notre-Dame começou a ser construída em meados do século 12, e levou quase 200 anos para ficar pronta.
Bilionários e doadores privados também se mobilizaram, na terça, para financiar a reconstrução da Notre-Dame. Se concretizadas, doações somarão R$ 2,87 bilhões. No mesmo dia, o o presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu que a catedral seria reconstruída dentro de cinco anos.
“Nós vamos reconstruí-la, e vai ser ainda mais bonita”, afirmou, em discurso na televisão. A construção é considerada um dos maiores símbolos de Paris.