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Uma criança com paralisia cerebral morreu após ser estuprada dentro de casa por um familiar em Santa Maria

Jovem de 18 anos é filho do padrasto da vítima. (Foto: Divulgação: Polícia Civil)

Uma menina de 5 anos morreu em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, após ser estuprada por um dos familiares com quem morava. Além do crime em si, o incidente chocou a opinião pública por conta da condição da vítima, que sofria de paralisia cerebral e necessitava de cuidados especiais e permanentes.

O fato ocorreu no bairro Diácono João Luiz Pozzobon, na periferia da cidade. Segundo a Polícia Civil, o autor é um jovem de 18 anos, filho do padrasto da criança. Ele foi preso preventivamente e conduzido a uma penitenciária estadual da região após confessar a responsabilidade pelo ataque, dizendo, porém, não saber o porquê da atitude.

Conforme a Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente, a garota chegou a ser socorrida pela mãe, que a levou para o Hospital Universitário de Santa Maria. O laudo da necrópsia atestou que o óbito foi causado por asfixia mecânica – o rapaz admitiu apenas a agressão sexual, negando envolvimento na morte.

Omissão

Informações extraoficiais dão conta de que a polícia estaria apurando a responsabilidade da mãe e do padastro, que estavam na casa no momento do crime. Segundo a delegada responsável pelo caso, Roberta Trevisan, ambos poderão ser processado por omissão, pois a menina estava sob proteção do casal.

Ela dormia em um berço especial, era alimentada por meio de uma sonda especial e necessitava de outros cuidados especiais. No momento em que foi estuprada, provavelmente à noite, nove pessoas estavam na residência, todas moradoras do local – o casal, o agressor, a vítima e outros cinco irmãos dela.

Dúvidas

Ainda de acordo com a investigação, o padrasto acordou a companheira durante a madrugada, avisando que a criança estava quase morta. A versão do jovem responsável pelo crime é de que o estupro ocorreu no próprio quarto onde a garota dormia, ao lado dos pais, que estavam dormindo.

“A gente acredita que ele tenha tirado a menina do berço e levado para outro cômodo”, revelou Roberta. “A gente precisa apurar a responsabilidade de todas as pessoas que estavam lá dentro. Estamos apurando uma possível omissão pelas pessoas que tinham que cuidar da criança. Era uma casa pequena, e ninguém viu nada.” A Polícia também apura se outros casos de agressão sexual já haviam ocorrido na residência.

O jovem será indiciado criminalmente por estupro de vulnerável, que poderá ser combinado ao de homicídio com os devidos agravantes envolvidos no caso, conforme os resultados da investigação. “Ele disse que fez isso mais cedo e teria deixado a garota viva no berço, mas isso não bate com o horário em que a morte aconteceu”, finalizou a delegada.

(Marcello Campos)

 

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