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Uma das apostas da direita para ocupar o vácuo deixado por Bolsonaro, o governador de Minas Gerais afirmou que não pretende concorrer nas eleições de 2026

Zema visitou a cidade de Mariana pela última vez no dia 23 de junho, quando participou do Fórum de Prefeitos do Rio Doce. (Foto: Divulgação/Novo)

Uma das apostas da direita para ocupar o vácuo deixado por Jair Bolsonaro (PL), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que não pretende focar nas eleições de 2026. “Eu prefiro apoiar alguém a ser candidato”, disse ele.

Zema e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são cotados como nomes para disputar a Presidência em 2026 após Bolsonaro se tornar inelegível. O ex-presidente foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por causa da conduta dele no período pré-eleitoral.

Com a saída de Bolsonaro do cenário eleitoral, o grupo político que o apoiou passou a buscar herdeiros que possam representar a direita na sucessão presidencial. Foi nesse contexto que os nomes de Tarcísio e Zema surgiram.

A pouco mais de três anos do início da campanha, no entanto, muitos observadores julgam prematuro lançar nomes. A essa altura, avaliam, lançar-se cedo demais pode “queimar” um nome promissor. Tarcísio tem a possibilidade de concorrer a um novo mandato de governador; Zema, já em segundo mandato, não pode contar com isso.

Resistência

Zema enfrenta resistência de grupos bolsonaristas, que buscam opções para a disputa ao Palácio do Planalto. Segundo eles, o mineiro não demonstrou esforço para apoiar Bolsonaro em 2022, principalmente no primeiro turno das eleições.

Na entrevista, Zema declarou que não aposta em posições extremas, quando indagado novamente sobre ser um dos nomes que podem representar o campo na direita. Sobre Tarcísio, evitou falar sobre eleições, mas disse apoiar o projeto da direita, ainda mais no maior Estado do País.

Sobre a PEC da reforma tributária, que será discutida a partir de agosto no Senado, Zema disse que não é contra reduzir impostos no País. “Se não aumentar a carga tributária, sou a favor.” Segundo ele, se fosse parlamentar, teria votado pela aprovação da matéria, com a ressalva de que Estados não podem perder receitas. E lembrou que, antes de ser governador, era empresário e, portanto, é favorável aos avanços que a reforma vai trazer.

Hostilidade

Tarcísio passou a ser hostilizado por bolsonaristas após apoiar a reforma, contrariando o posicionamento de Bolsonaro, que defendia que deputados do PL não apoiassem o texto.

Já o Novo, partido de Zema, divulgou nota dando apoio institucional à proposta da reforma, mas liberou sua bancada. Dos três deputados da legenda, dois – Gilson Marques, de Santa Catarina, e Marcel Van Hattem, do Rio Grande do Sul – foram contrários à proposta. Adriana Ventura (SP) votou a favor do texto.

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