Quase uma em quatro meninas não sabia o que estava acontecendo quando menstruou pela primeira vez. A conclusão é de um estudo da ONG WaterAid, que entrevistou mil meninas, entre 14 e 21 anos, que vivem no Reino Unido. Um quarto das entrevistadas afirmou que a menstruação é “embaraçosa”, e um quinto disse que é “brutal”.
A pesquisa indicou que a pobreza menstrual é um assunto urgente no Reino Unido, onde uma em cada sete mulheres se mostrou preocupada se teria dinheiro suficiente para comprar absorventes.
Segundo a pesquisa, um quarto dos meninos e adolescentes faz piadas sobre a menstruação quando estão com seus amigos, mas uma em cada sete meninas ou adolescentes se disse diretamente atormentada ou menosprezada por causa da menstruação.
Os pesquisadores descobriram que mais de três quartos das entrevistadas acredita que a menstruação deve ser discutida de maneira mais aberta com todos, não apenas com as meninas.
Mais da metade não divide suas preocupações sobre a menstruação com um médico, e uma em cada cinco meninas se disse envergonhada demais para pedir a alguém produtos como absorventes, mesmo que estejam desesperadas para tê-los.
A pesquisa foi divulgada depois que uma reportagem do jornal britânico The Independent mostrou que a maioria das escolas na Inglaterra não havia se comprometido com o projeto do governo central de oferecer absorventes de graça, apesar de professores alertarem que a pobreza menstrual cresceu durante a pandemia de Covid-19.
Ministros anunciaram na primavera de 2019 que as meninas nas escolas primárias e secundárias receberiam absorventes gratuitamente a partir do início de 2020. Ativistas afirmam que o governo não alertou as escolas corretamente.
Pesquisada da ONG PLan Internacional descobriu que três em cada dez meninas no Reino Unido teve dificuldades para comprar absorventes durante a quarentena, com mais da metade delas usando papel higiênico no lugar dos absorventes ou copos menstruais. Uma em cada cinco delas afirmou que o período menstrual se tornou mais difícil na quarentena por não haver papel higiênico suficiente.
No Reino Unido, produtos sanitários são classificados como “de luxo, item não essencial”, recebendo 5% de imposto. Uma pesquisa realizada com 931 pessoas na Inglaterra, Escócia e País de Gales, em 2019, revelou que um quarto das mulheres tiveram que faltar a escola ou o trabalho porque não tinham dinheiro para os absorventes. As informações são do jornal The Independent.