Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, o incêndio na boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, deixou 242 mortos, mais de 600 feridos e um trauma emocional que talvez nunca seja superado pela população. Com a aproximação do quinto aniversário de uma das maiores tragédias já ocorridas no País, a edição deste domingo do programa “Fantástico”, da Rede Globo, vai relembrar o que aconteceu e mostrar uma nova pesquisa.
Um engenheiro de segurança e arquiteto de design de acessibilidade, que atua como professor da UFSM (Universidade Federal da Santa Maria), orientou um estudo que acaba de ser concluída pelo aluno Mike dos Santos. O jovem é um dos sobreviventes da tragédia e, juntamente com outras 11 pessoas que também estavam lá, recorreu a um método de “mapas mentais”.
A sistemática consistiu em refazer, diante de uma maquete da casa noturna, o trajeto que cada um deles usou para escapar de um local tomado por fumaça, chamas, muita gente em pânico e poucos recursos para esse tipo de incidente.
A reconstituição feita no projeto de pesquisa, que utiliza uma metodologia científica de origem britânica, permitiu que fosse elaborado um protocolo de segurança para salvar um número maior de pessoas em incêndios como o da Kiss, que teve diversas causas, segundo especialistas.
Limitações
Além do show pirotécnico em um ambiente fechado, durante o qual começou o fogo, o estabelecimento tinha como material de revestimento um material inflamável. A boate também estava com superlotação e possuía apenas uma porta de saída, limitação agravada pela existência de obstáculos.
Para dificultar ainda mais a fuga de centenas de jovens que estavam na boate na trágica noite de 27 de janeiro de 2013, os seguranças teriam impedido a passagem, de acordo com os relatos de vários sobreviventes. As pessoas morreram intoxicadas e pisoteadas.
A maioria dos que estavam lá eram jovens, incluindo muitos estudantes da UFSM e fãs do grupo Gurizada Fandangueira, que se apresentava no palco e cujo uso de um sinalizador deu início às chamas.