A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou, nessa sexta-feira, que a empresa aérea norueguesa Norwegian Air pediu para operar voos entre o Brasil e a Europa. No Velho Continente, a companhia é a terceira maior do segmento de passagens “low cost”, expressão que em inglês significa “baixo custo”.
Este foi o primeiro pedido desse tipo de empresa apresentado à Anac. O processo de autorização pelo órgão regulador dura, em média, 120 dias. Caso receba a autorização, a Norwegian poderá registrar as rotas que pretende operar e iniciar a venda de bilhetes aéreos.
No mercado aéreo, a expectativa é que a companhia inicie a operação com um voo entre Londres (Inglaterra) e São Paulo ou entre Londres e o Rio de Janeiro.
Referência
Fundada em 22 de janeiro de 1993, a Norwegian Air é a segunda maior companhia aérea da Escandinávia e a terceira maior da Europa no se que se refere a passagens de baixo custo. Em 2012, o seu volume de transporte foi superior a 17 milhões de passageiros.
De acordo com o site www.panrotas.com.br, a companhia registrou um crescimento de 110% nas reservas de longa distância dos vendedores de viagens pelo sistema da empresa Amadeus desde 2015. Por conta disso, as duas empresas anunciam uma parceria.
A transportadora aérea assinou um contrato de distribuição que garante acesso às tarifas da aérea aos vendedores de viagens da Amadeus.
“Os consultores de viagens são um canal fundamental para nós, representando 20% de todas as nossas reservas. Estamos muito satisfeitos por termos renovado e expandido nosso relacionamento com a Amadeus à medida que buscamos crescimento contínuo”, destacou o vice-presidente sênior de Vendas e Distribuição da Norwegian, Lars Sande.
O acordo também dá as boas-vindas à Norwegian Air Argentina, uma nova companhia que atende a um mercado em que recebeu recentemente aprovação regulatória para mais de 150 rotas.
Sob o acordo, as tarifas combinadas continuarão a ser oferecidas por meio de vendedores de viagens. Essas tarifas incluem serviços premium e uma melhor experiência de reserva para viajantes e parceiros das agências, ajudando a apoiar o crescimento da companhia aérea.
Parcerias
Segundo especialistas, as parcerias entre companhias aéreas de baixo custo e operadoras de rotas longas ainda não são muito comuns, mas parece haver uma tendência para os próximos anos. É o que mostra um estudo da Capa (Centre for Aviation).
Ao menos dois fatores parecem impulsionar o surgimento gradual de laços entre os segmentos: eficiência nos gastos e novas empresas “low cost” com opções de serviços completos a partir da Europa.
Apesar do cenário, a maioria das companhias aéreas de baixo custo, principalmente aquelas que operam de maneira independente, ainda relutam em atuar mediante “codeshare” (acordo de cooperação pelo qual uma companhia aérea transporta passageiros cujos bilhetes tenham sido emitidos por outra), por exemplo.
Isso porque a necessidade de adaptação de suas redes e cronogramas modificaria os modelos de negócios vigentes, podendo ocasionar aumentos tanto no custo como na complexidade da operação.
Atualmente, um dos melhores exemplos de parceria entre os diferentes ramos da aviação comercial pode ser visto na Easyjet, que passou a oferecer conexões para serviços de longa distância a partir de Gatwick, em Londres, em conjunto com companhias como Norwegian e Westjet.
Mais tarde, outras companhias como Thomas Cook, Corsair, La Compagnie, Loganair e Neos foram adicionadas, assim como novos aeroportos, como o Malpensa de Milão, o Marco Polo de Veneza e o Tegel de Berlim. Cidades como Amsterdã (Holanda), Edimburgo (Escócia) e Paris (França) também já foram anunciadas dentro dos planos da empresa.
A Ryanair a Air Europa também mantém uma parceria desde maio de 2017, permitindo que passageiros vindos de 15 cidades europeias diferentes façam conexão em Madri antes de seguirem viagem para outros 16 países, incluindo Argentina, Brasil, Cuba, México e Estados Unidos. A companhia aérea irlandesa também negocia parceria com a Aer Lingus.